Amanda Miranda, responsável pela newsletter Passando a Limpo e servidora pública da Agência de Comunicação da UFSC, está sendo processada pela deputada Julia Zanatta (PL-SC) por divulgar uma nota fiscal do gabinete da parlamentar, registrando um pagamento de R$ 5 mil para um jornal de Tijucas, no interior de Santa Catarina. Esse veículo é conhecido por publicações favoráveis ao trabalho da deputada.
Em dezembro do ano passado, Miranda fez uma publicação no X (antigo Twitter) denunciando que o pagamento havia sido feito como uma compra de elogios no jornal. O registro da transação foi obtido por meio do portal da transparência da Câmara dos Deputados, um banco de dados acessível a qualquer cidadão. Alegando difamação, Zanatta entrou com uma ação civil, que exige a exclusão da postagem e uma indenização de R$ 10 mil, além de outra pedindo a condenação criminal de Amanda.
Leonel Camasão também é alvo da ação, por ter declarado que a reportagem sobre as ações da deputada durante o período de chuvas no estado estava incorreta, e que o verdadeiro autor das ações era o governo federal. Além disso, ele afirmou que o proprietário do jornal que recebeu a cota parlamentar da deputada já havia sido condenado por tráfico de drogas.
O caso de Amanda Miranda foi acolhido pelo Programa de Proteção Legal para Jornalistas da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O programa apoiará a defesa da profissional, que é feita pelo escritório Flora, Matheus e Mangabeira Advogados Associados.
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