Comemora-se nesta 5ª.feira (21/1) o 155º aniversário de nascimento de Roberto Landell de Moura (1861-1928), padre-cientista gaúcho que em 1899 e 1900 foi o primeiro no mundo a transmitir a voz humana à distância por meio de ondas de rádio – experiências públicas realizadas na capital paulista e com farta documentação histórica, integrada por patentes, manuscritos e amplo noticiário em jornais brasileiros e internacionais da época. Boa parte desta documentação, aliás, foi cuidadosamente reunida e depois exposta pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, estando aberta a visitação pública. Entretanto, esse e outros feitos desse pioneiro das telecomunicações (patenteou o rádio no Brasil em 1901 e nos Estados Unidos em 1904, desenvolveu um projeto de televisão em 1904, décadas antes da invenção oficial, em 1926, entre outros), continuam desconhecidos do grande público, porque em nossas escolas ainda se ensina – de forma absurda – que o inventor do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi (que na época havia inventado, isto sim, o telégrafo sem fio, ou seja, transmissões de traço e ponto, sem qualquer conexão com a voz humana). Por isso, Jornalistas&Cia, embora ciente de suas limitações, mas também de sua missão, decidiu no início de 2010 engajar-se de corpo e alma ao MLM – Movimento Landell de Moura pelo reconhecimento público e oficial, no Brasil, de Roberto Landell de Moura como inventor do rádio. O objetivo era principalmente alertar a imprensa para o transcurso do sesquicentenário de seu nascimento daí a 12 meses (em 21/1/2011) e coletar assinaturas para, desse modo, induzir as autoridades a incluírem a vida e a obra dele no currículo escolar obrigatório do Ensino Básico. Na época, um dossiê sobre Landell com mais de seis mil assinaturas foi entregue ao então ministro da Educação Fernando Haddad (atual prefeito de São Paulo), sem que o pleito prosperasse. Hoje, cinco anos depois daquele engajamento, é possível contabilizar algumas vitórias importantes: casos do lançamento de um selo oficial dos Correios em homenagem a ele no sesquicentenário; da inscrição do nome do padre no Livro dos Heróis da Pátria no Panteão Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (onde já estão, entre outros, Tiradentes, Oswaldo Cruz e Santos Dumont); da concessão do título de cidadão paulistano “in memoriam” pela Câmara Municipal de São Paulo; e diversas homenagens País afora. Entretanto, incluí-lo na grade curricular do Ensino Básico só mesmo a cidade de Porto Alegre o fez (em São Paulo, há um projeto semelhante em tramitação, de autoria do vereador Eliseu Gabriel). Em mais um esforço nesse sentido, mas em plano nacional, J&Cia deu início na última semana a uma petição online na plataforma Change para solicitar a Manuel Palacios da Cunha e Melo, secretário de Ensino Básico do Ministério da Educação, que inclua a vida e a obra de Roberto Landell de Moura na grade curricular do Ensino Básico. Apoiadores da causa interessados em assinar e mesmo compartilhar a petição com amigos podem fazê-lo…