A Aos Fatos, plataforma exclusivamente dedicada à checagem de fatos e à verificação do discurso público, completou seu segundo aniversário em 7 de julho. Em comunicado, o veículo afirmou que se trata de um fato a ser celebrado por dois motivos fundamentais: “O primeiro é que 33% dos novos negócios brasileiros, em qualquer área, encerram suas atividades em menos de dois anos; o segundo é que, segundo levantamento preliminar do Duke Reporters’ Lab, liderado nos EUA por Mark Stencel, a média de sobrevida de uma iniciativa jornalística de fact-checking em todo o mundo também é de menos de dois anos”.
Para celebrar a data, a publicação prepara uma série de novidades para o segundo semestre, como a automatização de seus processos de distribuição de reportagens por meio de widgets, plug-ins, extensões e outros dispositivos.
A ideia, segundo o comunicado, é dar tração ao banco de dados, que já indexou quase 400 declarações, documentos, currículos e peças publicitárias checados desde 2015. A inciativa seguirá o exemplo do grupo liderado pelo vencedor do Prêmio Pulitzer Bill Adair, que lançou na última semana mais uma etapa do projeto Share The Facts, que engloba veículos como Washington Post, PolitiFact, FactCheck.org e Pagella Politica.
“Trata-se de um widget (uma interface gráfica) integrado aos algoritmos do Google que torna mais fácil compartilhar uma declaração checada ao mesmo tempo em que melhora sua indexação na ferramenta de busca”, segue o documento. “Isso significa que ficará mais fácil identificar uma informação já checada, sobretudo nas redes sociais. Parte do desenvolvimento da versão em português para o Brasil ficou a cargo de Aos Fatos, que passará a compartilhá-los a partir da próxima semana”.
Outra novidade será a adoção de novas técnicas para aperfeiçoar a checagem das informações. Dentre elas está uma seção fixa chamada Às Leis, que será responsável pela conferência dos dados que constam de projetos que tramitam na Câmara e no Senado.
O objetivo, além de detectar argumentos potencialmente equivocados, é gerar impacto efetivo: é necessário desenvolver políticas públicas a partir de informações confiáveis. Recentemente, uma série de reportagens de Aos Fatos mostrou que ao longo dos últimos dois anos propostas feitas por deputados e cidadãos apresentam erros essenciais que podem prejudicar a premissa do projeto.