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sábado, dezembro 21, 2024

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Apesar da crise, Ideal deve fechar o ano com crescimento superior a 30%

Resultado não considera impacto da incorporação pela WPP Adquirida em setembro pelo grupo britânico WPP, a Agência Ideal deve fechar 2015 com um faturamento 30% maior do que 2014. E acredita que o desempenho poderia ter sido ainda melhor se a economia do País não estivesse em queda livre. Não que deixe de identificar problemas no horizonte. Agora Grupo Ideal, formado pelas fusões das agências Ideal e Hill+Knowlton Strategies, de um lado, e Comcept PR e Ogilvy PR Brasil, de outro, já em fase de conclusão, a empresa vê com otimismo os resultados da incorporação pela multinacional de comunicação. Sobre esse processo, o mercado de RP no Brasil, as expectativas e perspectivas do negócio falaram ao Portal dos Jornalistas os sócios (agora minoritários) e gestores Ricardo Cesar e Eduardo Vieira: Portal dos Jornalistas – Como o ano tem sido para a Ideal? A agência conseguirá crescer? Em que percentual? Ricardo Cesar – Tudo indica que 2015 será outro ano de forte crescimento para a Ideal, com um incremento do faturamento perto de 30%. Isso ocorre porque, basicamente, os clientes seguem procurando soluções contemporâneas de relações públicas, conteúdo e redes sociais que tragam retorno comprovado por métricas sólidas. Também temos nos destacado muito em gestão de crises – este ano a Ideal firmou-se como uma agência com excelência nessa área e atuamos em diversos casos complexos com grandes resultados. O ano seria ainda melhor se o cenário econômico do País não fosse tão complicado. Muitas empresas estão segurando investimentos em diversas áreas e a de comunicação é frequentemente atingida.   Portal dos Jornalistas – A venda do controle da agência para a WPP trouxe algum impacto nesse desempenho? Qual? Eduardo Vieira – Esse crescimento ainda é “puro”, ou seja, não considera o impacto da WPP, que será muito forte e muito positivo. A partir de janeiro vamos contabilizar nos resultados da Ideal os diversos clientes que estão vindo da Hill+Knowlton Strategies no Brasil – os atuais e os novos que estão chegando. Já estamos atuando junto a esses clientes, aliás. Apenas não incluímos nos nossos resultados de 2015. A integração com a WPP tem sido excelente e rápida. Já participamos ativamente de concorrências dentro da estrutura da WPP, trocamos melhores práticas e incorporamos processos importantes. A Ideal H+K Strategies – que é a marca que estamos assumindo com a fusão entre Ideal e Hill+Knowlton Strategies – é hoje uma agência em um momento espetacular, de vibração e transformação, juntando o que de melhor a Ideal desenvolveu em seus oito anos de vida com toda a capacidade internacional de uma das mais respeitadas grifes de relações públicas do mundo. É um dos momentos de maior entusiasmo e energia desde a nossa fundação.       Portal dos Jornalistas – A propósito, em que estágio estão as fusões operacionais de Ideal, H+K, Concept e Ogilvy PR? Ricardo – Ambos estão muito adiantados. Fisicamente, Ideal e H+K Strategies estarão unificadas no mesmo escritório ainda em dezembro. No caso de Concept e Ogilvy PR, a união física das operações será no início de 2016, porque estamos reformando um novo espaço, maior, para comportar todo mundo. Mas do ponto de vista de integração de processos, atendimento a clientes e concorrências os dois estão em etapas parecidas. Importante destacar que são dois projetos distintos, cada um com suas características. H+K e Ogilvy PR são agências diferentes e separadas em todos os países onde operam, incluindo o Brasil. Os times, a cultura, as expertises, o espaço físico, a maneira de trabalhar, tudo é particular em cada uma dessas agências. O que elas têm em comum é que pertencem ao maior grupo de comunicação do mundo, o WPP. E no Brasil ambas as agências são controladas pela mesma holding, que tem a mim e ao Eduardo como gestores e sócios minoritários e a WPP como sócia majoritária. Mas sempre preservando a independência e a separação das marcas.     Portal dos Jornalistas – Com que cenários a agência trabalha para 2016? Haverá espaço para crescimento, a despeito da crise política e econômica enfrentada pelo País? Eduardo – Haverá espaço para crescimento, sim, mas será um ano difícil, que vai exigir cautela nos investimentos e controle de custos. A economia do Brasil como um todo deve encolher outra vez. Talvez o mercado de RP cresça muito pouco ou fique estagnado. Mas sempre haverá quem possa conseguir uma fatia maior do bolo, mesmo que o bolo permaneça do mesmo tamanho. Para o ano que vem, contabilizando o “fator WPP”, acredito que cresceremos de forma expressiva. Essa é uma vantagem que nós temos agora – estamos plugados no maior grupo de comunicação do mundo. A outra vantagem é que a Ideal é reconhecida por fazer RP e estratégia de conteúdo muito inovadoras. Somando as duas coisas teremos uma oferta perfeita para o mercado brasileiro. Isso é verdade tanto para a Ideal H+K Strategies como para a Ogilvy PR.      Portal dos Jornalistas – E quanto ao setor de RP como um todo, qual avaliação pode ser feita em relação a 2015 e uma projeção para 2016? Ricardo – O setor de RP não é uma bolha imune ao que está em volta. A economia do Brasil sofreu muito em 2015 e continuará ruim em 2016. Isso não ajuda ninguém. Pode, talvez, proporcionar um número maior de trabalhos de gestão de crise, mas mesmo isso não é o suficiente para compensar um PIB de -3%. Avalio 2015 como um ano desafiador para o setor de RP e, infelizmente, acho que 2016 não será melhor.  Portal dos Jornalistas – Quais os principais investimentos realizados pela agência em 2015 e o que está sendo projetado para os próximos anos, em especial 2016? Ricardo – Em 2015 nos concentramos muito no projeto de associação com a WPP – que exigiu foco nosso antes, durante a negociação, e agora, na integração. Para 2016 esperamos ampliar os treinamentos para os nossos talentos, trazer para o Brasil melhores práticas mundiais de atendimento que beneficiem nossos clientes e aprimorar a infraestrutura – em todos os casos, fazer parte da WPP facilitará e ampliará muito a nossa capacidade de fazer tudo isso. Portal dos Jornalistas – Como anda a prospecção de novos clientes e negócios e o que se pode falar do atual estágio de concorrência no setor? Eduardo – Temos um bom volume de concorrências acontecendo, mas acredito que seria uma quantidade ainda maior, e com investimentos mais expressivos, se o Brasil não estivesse passando pela atual crise. O estágio atual das concorrências é bem heterogêneo. Há empresas que sabem pedir um trabalho de comunicação mais atual, outros ainda seguem o que se fazia há alguns anos. O mercado está no meio de uma transformação, então é normal que coexistam modelos mais antigos e outros mais contemporâneos.  Portal dos Jornalistas – A internacionalização do setor de RP, na visão de vocês, deve continuar em 2016? Tivemos, este ano, o movimento de vocês com a WPP, da S/A com a Llorente & Cuenca e, nos últimos dias, o anúncio da venda do controle do Grupo ABC para o Grupo Omnicom, o que internacionaliza também a CDN, que havia sido comprada dois anos antes pelo ABC. E também vimos Ketchum comprando participação na Estragégia e Grupo In Press vendendo parte de seu controle para o Grupo DAS/Omnicom. Isso vai mudar muito o perfil do setor? Eduardo – Sim, acho que o movimento deve continuar. E, sim, vai mudar o perfil. O mercado será cada vez mais profissional, cada vez com mais controles, robustez e acesso às melhores práticas internacionais. Será menos caseiro, menos com base no jeitinho.   Portal dos Jornalistas – Que novidades o Grupo Ideal reserva para 2016? Ricardo – O que podemos antecipar é que vamos concluir toda a integração com a WPP, trazendo ganhos para nossos colaboradores e clientes em múltiplas frentes.

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