* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
A Agência Pública lançou em 23/6 um aplicativo sobre a História do Brasil. Por acreditar que o jornalismo pode transmitir conhecimento de maneira divertida e transformadora, a Agência escolheu a zona portuária do Rio para propor cinco roteiros que levam o título de Museu do Ontem.
Natalia Viana e sua equipe na Casa Pública dedicaram um ano ao trabalho de pesquisa jornalística para descobrir histórias que não estão nos livros. O desenvolvimento do aplicativo é do holandês Babak Fakhamzadeh. A artista plástica Juliana Russo responde pela concepção gráfica e ilustrações. Para quem procura recriar a experiência de estar no Porto naquela época, os roteiros usam trechos do livro 1808, de Laurentino Gomes, e anúncios de venda de escravos em jornais, na voz da cantora Anelis Assumpção.
Ao unir jornalismo, tecnologia e arte, com uma pitada de Pokémon Go – pois o usuário pode se propor a descobrir lugares e personagens, ou colecioná-los –, o aplicativo oferece a exploração da região como se fosse um game. No início, é preciso baixar na App Store ou Google Play. Um mapa atual pode ser comparado com um mapa da área no século 19.

São cinco roteiros temáticos, para serem seguidos a pé: o Tour da Corrupção começa com Dom Pedro I e vem até escândalos da Lava Jato; o Tour do Terror lembra cenas grotescas que ali ocorreram desde Dom João VI; o Tour do Samba vai do primeiro terreiro de candomblé aos galpões das escolas atuais; o Tour dos Fantasmas lembra episódios que assombram o centro da cidade; e o História do Brasil Express relata fatos muito importantes para o País, como o desembarque de 700 mil negros escravizados e a execução de Tiradentes.
Ainda em julho, a Pública pretende promover uma série de caminhadas no Centro, chegando a grupos de estudiosos e turistas. “O Rio de Janeiro inspira curiosidade histórica, e o Porto é um reflexo disso, uma concentração da História do Brasil”, diz Natalia Viana (natalia@apublica.org).