Durante entrevista em frente ao Palácio da Alvorada nesta terça-feira (31/3), o presidente Jair Bolsonaro estimulou seus apoiadores a hostilizar os jornalistas ali presentes, e mandou eles ficarem quietos. Após a atitude, os profissionais de imprensa se retiraram.
Questionado sobre as declarações do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que defendeu o isolamento social como forma de prevenção contra o coronavírus, Bolsonaro, contrário à medida, respondeu que não sabia o que ele falou: “Eu parto do princípio que eu tenho que ver, não só ler o que está escrito”. O presidente foi interrompido por um de seus apoiadores, que começou a atacar a imprensa, com direito a xingamentos. Os profissionais tentaram continuar a entrevista com Bolsonaro, mas ele mandou eles se calarem: “É ele quem vai falar, não são vocês, não!”.
Depois da atitude, os jornalistas começaram a se retirar da entrevista. O presidente então declarou: “Vai embora? Vai abandonar o povo? A imprensa que não gosta do povo!”.
Paulo Jeronimo de Sousa, o Pagê, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), prestou solidariedade aos jornalistas que sofreram os ataques, e criticou a postura de Bolsonaro: “Em meu nome pessoal e em nome da ABI, presto integral solidariedade aos jornalistas que, hoje na porta do Palácio do Planalto, reagiram a mais uma grosseria do presidente Jair Bolsonaro, personagem que, mais uma vez, mostra que não está à altura do cargo que ocupa”.