Três em cada quatro processos movidos por políticos contra empresas de mídia pedindo retirada de notícias, comentários ou outras informações são direcionados às redes sociais Facebook e Twitter, e ao Google. É o que mostra a mais recente atualização da base de dados do projeto Ctrl+X, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). A iniciativa mapeia, desde as eleições de 2014, as ações judiciais de candidatos e partidos para cercear a publicação de informações sobre eles. O projeto contabilizou mais de 1.200 ações na Justiça Eleitoral, sendo o Facebook o alvo mais frequente, com 71,5% dos processos catalogados. Na sequência vem o Google, citado em 15,8% das ações. Já o Twitter, terceiro mais acionado na Justiça, é réu em 2,5% das ações. De acordo com a Abraji, os dados continuarão sendo regularmente atualizados para as eleições de 2016. O foco dos processos em redes sociais acompanha tendência verificada em recente pesquisa do Ibope, que mostra que 51% dos eleitores brasileiros receberam informações sobre política pelo Facebook, Twitter ou WhatsApp nos últimos 12 meses, e que a maior parte desses eleitores as leva em consideração para mudar a imagem do candidato para pior.