“Uma máquina que funciona como servidor de conhecimento”. É assim que a diretora Anna Carl Lucchese define o novo programa da TV Gazeta de São Paulo, que estreia nesta 3ª.feira (6/3), apresentado por Fabrício Carpinejar. Semanal, das 23h30 à meia-noite, promete trazer um ponto de vista peculiar sobre personalidades e temas do cotidiano. Para Robson Valichieri, um dos idealizadores do programa, a escolha de Carpinejar foi pautada justamente por essa peculiaridade, marca de sua carreira.
“Quando criamos A Máquina, sabíamos que o programa exigiria um condutor diferenciado. Alguém versátil, com a capacidade de falar sobre os mais diversos assuntos, do trivial ao mais profundo, de atualidades às grandes questões existenciais. Fabrício tem um bem escasso, que é sua capacidade de falar sobre tudo de maneira descontraída, mas sem ser tolo, e de maneira profunda, sem ser pseudointelectual. E além da versatilidade ele tem uma grande capacidade de improviso. Queríamos também alguém que se relacionasse bem com as redes sociais. Fabrício tem mais de 140 mil seguidores no Twitter, além de um blog muito visitado”. Gaúcho de Caxias do Sul, filho dos poetas Maria Carpi e Carlos Nejar, passou a assinar seu sobrenome de forma conjugada em 1998, no lançamento de seu primeiro livro, As solas do sol (Bertrand Brasil).
“Ser filho de poeta é ser filho do ruído, do desvio. Meus pais não estranhavam meus pensamentos. Pensar estranho era o normal em casa”. Carpinejar é autor de dezoito livros, vencedor do Prêmio Jabuti e eleito pela Revista Época, em 2011, uma das 27 personalidades mais influentes na internet. “A Máquina é uma grande conversa, em que opiniões, vida e conceitos pessoais são colocados em questão”, comenta. “Prisioneiro” habitual da máquina em torno da qual gira o programa, toda semana o apresentador conversará com um “capturado”, valendo-se de cenário e objetos de cena que instigarão a conversa e levarão os convidados a saírem de sua zona de conforto.
Para Carpinejar, o programa vem ao encontro do que ele desenvolve em sua carreira como autor, jornalista e contador de histórias do projeto Fronteiras do Pensamento, com edições em Porto Alegre, São Paulo e Salvador. “O que mais me chamou a atenção em A Máquina foi o desafio proposto. É um programa de entrevistas lúdicas, que brincam com o pensamento, onde minha interação não é só com o entrevistado, mas também com a máquina. Ela interrompe, propõe atividades. E essa descontinuidade ajuda a verdade”. A Máquina faz parte do Núcleo de Criação, departamento da Fundação Cásper Líbero formado por alunos e ex-alunos da Faculdade Cásper Líbero, que tem como objetivo a elaboração de projetos diferenciados para a TV Gazeta.