*Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
O assassinato da vereadora Marielle Franco, em 14/3, no Rio, provocou manifestações poucas vezes experimentadas num Brasil já habituado a muita violência. Desde 2017, foram vitimados pelo menos 40 prefeitos e vereadores, segundo registros em reportagens do G1. Em reação, uma onda de notícias falsas ocupou as redes sociais. A família de Marielle e o PSOL, partido que a elegeu, estão tomando providências legais contra calúnias e difamações.
Entretanto, as notícias falsas espalhadas nas redes sociais provocaram, em reação, um movimento sem precedentes na internet brasileira, conforme especialistas ouvidos pelo jornal O Globo. O site Aos fatos, de Tai Nalon e Ana Rita Cunha, foi o primeiro a se manifestar, com desmentidos. A ele se seguiram vários outros dedicados à checagem de dados. E, o mais importante, formou-se uma rede espontânea de contradições, nas mídias sociais, poucas vezes vista no País. Como resultado, cessou a difamação. O que mostra, a quem lida com notícias, como funciona a batalha entre notícias e mentiras.