Março terminou, mas com o final do mês aparentemente não acabaram os cortes e boatos que de certo modo têm afligido e agitado o mercado, principalmente na última quinzena.
Na contabilidade dos cortes, já noticiados, entram dez na Band RS, Mauro Beting, Luiz Bacci e Rafinha Bastos, todos da Rede Bandeirantes, e o Diário de Pernambuco.
Essa predominância da Band, aliás, mais o anúncio, nesta 3ª.feira (31/3), de que Milton Parron, há 21 anos na Rádio Bandeirantes, não mais apresentará o programa Ciranda da Cidade – embora siga na emissora, coordenando o Centro de Documentação e Memória –, talvez tenha favorecido o surgimento de especulações sobre 50 demissões na base da empresa na Rio de Janeiro.
De concreto, porém, Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia na cidade, apurou que Jornal do Rio continua no ar, sem modificações; que o Brasil Urgente Rio de fato foi extinto, saiu da grade, e seu apresentador Fábio Barreto pode ser (não se sabe ao certo) aproveitado em São Paulo; e que os esportivos Jogo Aberto RJ e Os donos da bola RJ, mencionados como suspensos, continuaram nesta semana, com as pessoas trabalhando normalmente, apesar do clima desagradável por causa das notícias que saíram.
Também de concreto, sabe-se que a Editora Alto Astral, de João Bidu, que tem sede em Bauru, no interior de São Paulo, e publica os títulos Toda Teen, Shape e Guia Astral, entre outros, demitiu em 25/3 mais de 30 funcionários, sendo 18 jornalistas, segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
A J&Cia, Silvino Brasolotto, diretor comercial da editora, confirmou os cortes mas corrigiu o número de jornalistas demitidos, afirmando que “foram 11 profissionais e não 18, como está sendo divulgado”. Em nota, a Alto Astral informou que os desligamentos fazem parte de um plano de reestruturação da empresa, “visando atravessar o difícil momento que passa a economia brasileira e o mercado de comunicação no Brasil. (…)
Desde o ano de 2014 temos registrado uma queda nas vendas de revistas e de publicidade, fato também registrado por outros editores. O resultado é uma queda no faturamento e a diminuição da possibilidade de lançamento de novas publicações.
A empresa reforça ainda que tais medidas são para manter a sua saúde financeira, saúde esta que nunca foi profundamente abalada pelos altos e baixos do mercado nestes 29 anos de existência e que será mantida com este movimento reestruturador e de caráter gerencial – mesmo diante das dificuldades que afetam todos os segmentos da economia”.
Outra editora que promoveu corte de funcionários foi a Segmento, de Edmilson Cardial. De acordo com o Portal Imprensa, 20 profissionais teriam deixado a empresa, sendo sete jornalistas e uma estagiária, também em uma ação de “reestruturação para enfrentar esse momento difícil da economia do País”, como informou o diretor editorial Rubem Barros. J&Cia não conseguiu confirmar esses números.
Neste início de semana, chegaram a J&Cia informações sobre cortes também no Agora São Paulo e na Folha de S.Paulo. Segundo o que foi possível apurar, o movimento no Agora envolveu apenas o congelamento de substituições de férias. Já na Folha, elas davam conta de que teria havido um corte por editoria, mais isso por enquanto não foi confirmado.
Também há rumores de que o jornal O Estado de S.Paulo e a TV Globo têm promovido cortes em doses homeopáticas, com a finalidade de reduzir custos sem chamar a atenção do mercado. Nada confirmado. Ao contrário, as empresas em geral têm-se manifestado informando que estão repondo as vagas de profissionais demitidos, dentro de um ciclo normal de rotatividade.