A CPI da Covid decidiu nesta terça-feira (3/8) retirar da pauta a quebra do sigilo bancário, telefônico e telemático da rádio Jovem Pan. A decisão foi anunciada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) na volta do recesso parlamentar. Ele afirmou que não há “nenhum fato” que justifique a quebra do sigilo bancário.
O pedido de quebra de sigilo bancário da Jovem Pan foi de Renan Calheiros, relator da CPI, que citou a emissora como um “grande disseminador de fake news”, e justificou a ação para investigar dados bancários de portais na internet e integrantes do chamado “gabinete do ódio”, bem como apurar o financiamento de informações falsas sobre a pandemia. Outros nomes envolvidos na quebra de sigilo são a produtora Brasil Paralelo, e figuras como Allan dos Santos, responsável pelo site Terça Livre.
Mas, de acordo com Aziz, Renan não sabia da apresentação do requerimento e atribuiu a autoria à sua assessoria.
A própria Jovem Pan pronunciou-se sobre o caso, que classificou como “uma acusação genérica que tem por única finalidade cercear a liberdade de imprensa no Brasil”. A emissora também destacou que seus balanços são publicados anualmente no Diário Oficial.
Entidades que representam empresas de rádio e tevê repudiaram a possibilidade de quebra de sigilo. Em notas, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert) consideraram a decisão uma afronta à liberdade de expressão.
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