
Patrícia Campos Mello, repórter e colunista da Folha de S.Paulo, foi um dos homenageados pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) com um anúncio de página inteira na edição de 21/11 do Washington Post. Ela e jornalistas de Índia, Nicarágua e Tanzânia receberam em Nova York naquela data o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa 2019. Os profissionais enfrentaram prisão, assédio online e/ou ameaças legais e físicas em sua busca por notícias.
Em 2018, durante a campanha presidencial, Patrícia sofreu ameaças de agressão e linchamento virtual. As reportagens dela relataram como apoiadores do então candidato a presidente Jair Bolsonaro financiaram de forma massiva mensagens, muitas delas falsas, no aplicativo de mensagens WhatsApp.
Também foram homenageados Neha Dixit, jornalista investigativa independente na Índia que cobre direitos humanos; Maxence Melo Mubyazi, cofundador e diretor-gerente do Jamii Forums, site de discussão online e fonte de notícias de última hora na Tanzânia; e Lucía Pineda Ubau e Miguel Mora, respectivamente diretora de notícias e fundador e editor da emissora nicaraguense 100% Noticias. A dupla foi presa em dezembro de 2018 por sua cobertura de distúrbios políticos e só libertada em 11 de junho, depois de seis meses atrás das grades.
Patrícia é a terceira brasileira a ser homenageada pelo CPJ. Os outros dois foram o paraense Lúcio Flavio Pinto, em 2005, e o paranaense Maury König, em 2012.