Os servidores da Fundação Piratini, gestora da TVE e da FM Cultura, retornaram ao trabalho em 3/1, após recesso no período de festas, pois, atendendo a uma ação dos sindicatos dos Jornalistas e dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do RS, a Justiça do Trabalho concedeu liminar que impede o governo estadual de fazer qualquer demissão sem que antes ocorra negociação coletiva. Em caso de descumprimento, a juíza Maria Teresa Vieira da Silva Oliveira, titular da 27ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, estipulou multa diária de R$ 10 mil por empregado dispensado. O Governo do Estado entrou com recurso, negado pela desembargadora do TRT 4, Brígida Joaquina Charão Barcelos Toschi. Milton Simas, presidente do SindjoRS, que acompanhou a volta ao trabalho, disse que a entidade sempre esteve na defesa dos trabalhadores e “contra a extinção das fundações e do pacote de desmonte do serviço público patrocinado pelo governador Sartori. Recorremos à Justiça em função da falta de diálogo por parte do governo no que se refere aos trâmites da aprovação dos 30 deputados da base governista”. Segundo o Sindicato, comunicado da direção da Piratini informou que os telejornais da TVE passarão a ter 15 minutos de duração em cada uma de suas edições, em vez de 25 minutos; e que eventuais adaptações de horários ou reprises poderão ser realizadas, como normalmente ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. Manifesto – O Chalé da Praça XV, no Centro de Porto Alegre, recebeu cerca de 250 artistas, cientistas, docentes e apoiadores na segunda-feira (9/1), no evento que marcou o lançamento público do manifesto contra o fim das fundações públicas do Rio Grande do Sul. Às 18h, a radialista Katia Sumam fez a leitura da carta aberta enviada ao Governo do Estado que pede a suspensão do processo de extinção das instituições. Ela sugere que sejam estabelecidos “diálogo e negociação com representantes das organizações da sociedade civil e especialistas nas áreas de conhecimento científico, tecnológico e cultural, com o objetivo de formular alternativas exequíveis e profícuas para a superação da crise do Estado e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul”. Confira a íntegra do documento. Mudança de guarda – Em meio à crise, o governador Ivo Sartori resolveu promover uma mudança de guarda na Fundação: nesta quarta-feira(11/1),Orestes de Andrade Júnior, atual diretor-geral da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom-RS), troca de lugar comIsara Marquesna Presidência da instituição.O objetivo, conforme a Secom-RS, é dar início à construção do novo modelo para a gestão das concessões públicas da TVE e da FM Cultura. “Nossa proposta é dialogar com entidades, com o Conselho Deliberativo da Fundação, com universidades e com a comunidade a fim de construir um modelo comunitário e sustentável”, explicou Orestes ao Coletiva.net.