Após mal-estar causado pela conversa gravada entre presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul Milton Simas Jr. e o repórter Marc Sousa, da RIC Paraná, afiliada do Grupo Record, a entidade divulgou nota defendendo a ação.
O vídeo mostra o repórter se posicionando para gravar matéria sobre o atentado a bala que havia sofrido o acampamento Marisa Letícia, montado próximo à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso o ex-presidente Lula. Vestido com uma camiseta do MST, Simas se aproxima e orienta o jornalista a fazer a gravação em outro local, próximo a uma viatura da polícia, para preservar sua integridade física.
“Eu não posso gravar aqui?”, perguntou o repórter. “Não seria recomendável, para quem fala mal do movimento social, daí tu ficas lá perto da polícia. Estou te avisando para o teu bem”, respondeu Milton ainda de maneira serena. Em seguida, ele sobe o tom da conversa, criticando a emissora, que segundo ele, “também estaria a favor do golpe”.
Segundo o comunicado emitido pela entidade, “presidente do Sindjors preveniu o repórter, com o objetivo de protegê-lo de qualquer possível mal-estar ou até mesmo agressão física, já que o local onde estava o repórter acolhia muitos manifestantes ainda tensos com o atentado da madrugada contra o acampamento, que deixou uma pessoa ferida gravemente com um dos tiros”.
Repercussão – Apesar do esclarecimento, a ação de Milton gerou uma série de críticas por parte de diversas entidades, que classificaram o episódio como um atentado à liberdade de imprensa. Em notas, a Associação Riograndense de Imprensa, o Clube de Jornalistas e Editores de Opinião do RS e a Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão, entre outras, repudiaram a ação do presidente do Sindjors.