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sábado, novembro 23, 2024

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Entidades protestam contra condenação de jornalista por ter levado tiro

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo e a Arfoc-SP realizaram em 10/9 reunião para debater a posição da Justiça de São Paulo que culpou o repórter fotográfico Alex Silveira por ter levado um tiro de bala de borracha no olho esquerdo. Ele foi atingido pela Tropa de Choque da Polícia Militar quando cobria manifestação dos professores da rede pública de ensino para o jornal Agora, em 2000. O debate é em oposição a decisão proferida pelo desembargador Vicente de Abreu Amadei, da 2ª Câmara Extraordinária de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, que reformou a sentença que obrigava o Estado de São Paulo a indenizar o repórter fotográfico. Amadei afirmou que a conduta dos manifestantes justificou a reação violenta da Tropa de Choque, que fez uso de bombas de efeito moral e balas de borracha, e culpou Silveira sob a alegação de que ele próprio se colocou em situação de perigo: “Permanecendo no local do tumulto, dele não se retirando ao tempo em que o conflito tomou proporções agressivas e de risco à integridade física, mantendo-se, então, no meio dele, nada obstante seu único escopo de reportagem fotográfica, o autor colocou-se em quadro no qual se pode afirmar ser dele a culpa exclusiva do lamentável episódio do qual foi vítima”. Alex Silveira foi ainda condenado a pagar os custos processuais e honorários do advogado do Estado. A decisão causou revolta na categoria, pois não é só vítima da violência da Polícia e como vê a Justiça transformá-la de vítima em culpada. Em nota publicada em 8/9, a Abraji solidarizou-se com Alex: “Desde junho de 2013 até os dias atuais, contam-se na casa das centenas os jornalistas agredidos durante manifestações e protestos – a imensa maioria foi vítima de abusos cometidos por policiais militares. A decisão do Tribunal de Justiça no caso do nosso companheiro Alex Silveira abre o precedente inaceitável para que essas violências prossigam e, quem sabe, até se agravem”. 

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