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sexta-feira, novembro 22, 2024

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Época adota novo projeto gráfico/editorial

Objetivo é ser um produto distinto da concorrência e único no mercado editorial brasileiro

 

A edição de Época que chegou neste final de semana às bancas e aos assinantes marca um divisor de águas na história da revista. Praticamente abandona o conceito de uma publicação semanal focada em hard news e na súmula da semana, temperada por matérias de comportamento, para reforçar a linha analítica e de reportagens exclusivas, direcionada para o futuro, em que terão vez um olhar sobre as tendências, os ângulos diferenciados, os personagens inspiradores, como informa o release distribuído pela Editora Globo.

No novo formato, o conteúdo da revista dá adeus às editorias tradicionais e se divide em cinco núcleos editoriais:

1) Opinião, espaço para editoriais sobre os fatos da semana, para a visão de articulistas e também dos próprios leitores, por meio das cartas;

2) Tempo, que será caracterizado pelo nome Para Saber Primeiro, no qual os leitores encontrarão reportagens especiais, atualidades e furos;

3) Ideias, apresentado com o título de Para Entender Melhor, que vem a ser um espaço dedicado a análises e tudo o que diz respeito ao conhecimento, em áreas variadas, de economia a ciência;

4) Vida, que traz histórias humanas, serviço e pautas de interesse pessoal;

5) Mente Aberta, a já tradicional área dedicada à cultura e ao entretenimento.

A publicação também ganhou um novo time de colunistas: Bruno Astuto, Eugênio Bucci, Felipe Patury, Gustavo Cerbassi, Jairo Bouer, Vilfredo Schürmann e  Walcyr Carrasco, que se somam aos colunistas Guilherme Fiuza e Ruth de Aquino e aos articulistas Paulo Guedes, Fernando Abrucio, Roberto DaMatta e Alberto Almeida. Eduardo Ribeiro, diretor deste Portal dos Jornalistas ouviu o diretor de Redação de Época, Helio Gurovitz, sobre as mudanças.

Portal dos Jornalistas – Por que Época decidiu adotar uma nova linha editorial e quais os principais objetivos da mudança?

Helio Gurovitz – Nosso principal objetivo é criar um produto distinto da concorrência e único no mercado editorial brasileiro. Pretendemos, com o novo projeto, criar no País uma nova categoria de semanal, mais adequada a um mundo em constante transformação, aos desafios impostos pelos meios digitais e à evolução da sociedade brasileira.

PJ – A revista fez alguma pesquisa junto ao público para orientá-la nessa direção?

Helio – Fazemos pesquisas regularmente, e elas sempre são um subsídio fundamental para nossa orientação, tanto editorial quanto comercial. Mas este projeto é resultado de ideias que vêm amadurecendo há alguns anos, não apenas de uma pesquisa recente. A decisão de tentar fazer algo mais ousado foi tomada no final do ano passado, e o desenvolvimento para valer começou no início do ano.

PJ – Chegou a fazer edições experimentais para testar junto aos leitores?

Helio – Sim. Mas não fizemos nada muito científico, simplesmente uma simulação do produto que propusemos ? e testamos sua adequação ao público que nos interessava e às propostas de campanha publicitária para ele. O resultado foi animador.

PJ – Como chegaram aos cinco principais núcleos editoriais que nortearão o conteúdo da revista?

Helio – Por meio de experiência, muito debate ? e criatividade, claro.

PJ – Como as mudanças têm sido trabalhadas internamente junto à equipe? Tem havido treinamentos, palestras, oficinas?

Helio – As ideias do novo projeto já vêm sendo debatidas e trabalhadas há alguns meses ? de modo explícito para os editores-executivos e implícito para o resto da redação. Mas optamos por manter sigilo até a semana anterior ao lançamento, para evitar vazamentos. Fizemos então um dia de treinamento intensivo, planejamos alguns workshops e estamos agora transmitindo a todos, no dia a dia, as diretrizes necessárias para a execução dessas ideias. Estamos surpresos positivamente com o grau de compreensão e de comprometimento de todos os nossos jornalistas.

PJ – Qual a lógica na escolha dos novos colunistas?

Helio – Dentro de uma das linhas mestras do projeto “Aqui você sabe antes”, decidimos criar duas colunas de notas exclusivas, dedicadas a furos: uma em política e negócios, outra em celebridade, moda e sociedade. Daí termos trazido dois nomes reconhecidos dessas respectivas áreas: Felipe Patury e Bruno Astuto. Dentro de outra das linhas mestras “Aqui você entende”, resolvemos criar uma equipe de articulistas preparados para oferecer as melhores explicações, análises e pontos de vista originais ao nosso leitor. Chamamos Roberto DaMatta e Alberto Almeida para integrar essa equipe, completada por alguns nomes que já escreviam na revista, como Paulo Guedes e Fernando Abrucio. Dentro da linha mestra “Aqui você aprende”, resolvemos ampliar a equipe de colunistas de nossa seção dedicada a serviço, Vida Útil, para outras áreas, com nomes também consagrados: Jairo Bouer (saúde e comportamento), Gustavo Cerbassi (finanças pessoais) e Vilfredo Schürmann (motivação e aventura), que se juntam a Marcio Atalla (bem-estar). Finalmente, decidimos também ter algumas colunas com mais pimenta e tempero jornalístico em algumas áreas: política (Guilherme Fiúza e Eugênio Bucci), comportamento (Walcyr Carrasco) e atualidades (Ruth de Aquino).

PJ – Qual a aposta da revista em termos de circulação? Não teme um possível encolhimento de assinantes e de venda em bancas?

Helio – Não revelamos nossas metas. Mas é lógico que ninguém faz uma mudança dessa envergadura para perder leitores… Nosso objetivo obviamente é crescer – e acreditamos ter o produto certo para isso.

PJ – Patury é o único contratado full time ou alguns dos outros colunistas também passam a integrar o corpo redacional?

Helio – Dos colunistas, contratamos como funcionários Felipe Patury e sua equipe e Bruno Astuto e sua equipe.

PJ – Houve algum ajuste interno no time para fazer frente ao novo projeto (dança de cadeiras, mudança de espaço físico etc.)?

Helio – Houve uma mudança no modo como trabalhamos que é tão inovadora quanto o próprio projeto. Cada editor-executivo tornou-se o guardião de um dos pilares do novo projeto. Com isso, os editores passaram a responder integralmente pelas respectivas áreas de competência e fecham suas reportagens não mais com um único executivo, mas com aquele que é responsável pela seção onde a matéria vai entrar. Assim, as seções adquirem um rosto próprio, e todas as editorias produzem para todas elas. O jornalista da nossa redação se sente, portanto, dono de todo o produto, não de apenas um pedaço dele. E criamos profissionais melhores, mais completos. Outra mudança foi atribuir ao editor a missão de cuidar da sub-home de sua editoria em nosso site, mantendo nossa filosofia de ter uma redação integrada para todos os meios. Nosso espaço físico recebeu também uma decoração adequada aos novos tempos da revista.

PJ – A revista será integralmente produzida dentro das cinco ?retrancas? ou elas serão o carro-chefe da revista, compondo com outras?

Helio – Não haverá outras retrancas, apenas as cinco seções.

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