A Escola Vladimir Herzog, de São Bernardo do Campo (SP), desistiu de adotar o modelo cívico-militar de São Paulo. A decisão foi anunciada no domingo (21/7), após críticas por parte da família de Vladimir Herzog, jornalista torturado e assassinado durante a Ditadura Militar e que dá nome à escola, e de entidades defensoras do jornalismo. A informação é de Guilherme Amado, do Metrópoles. 

Em 18/7, a direção da Escola Vladimir Herzog anunciou o interesse em fazer parte do Programa Escola Cívico-Militar do Estado de São Paulo, passando a adotar o modelo de educação militarizada. Um dia após o anúncio, em 19/7, Ivo Herzog, filho do jornalista, criticou a decisão.

“Lugar de militar é nos quartéis, não nas escolas. A família Herzog protesta fortemente em relação ao projeto de tornar a Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog, uma escola civil-militar. Caso o projeto caminhe, iremos tomar as medidas cabíveis para que o nome do meu pai não se associe a esta atrocidade”, declarou Ivo à coluna de Guilherme Amado.

Entidades defensoras do jornalismo também criticaram a decisão da escola. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) classificou a decisão como “uma verdadeira afronta à memória desse jornalista, bem como uma agressão a seus familiares, amigos e à categoria profissional dos jornalistas”.

O Instituto Vladimir Herzog também se posicionou sobre o caso: “É uma afronta inadmissível a mera cogitação de que seja militarizada uma escola que leva o nome de Vladimir Herzog, jornalista brutalmente assassinado por agentes da ditadura civil militar instaurada em 1964. (…) Em nenhum país verdadeiramente democrático, teríamos a associação – ainda que simbólica –, de um nome como o do jornalista Vladimir Herzog, a uma escola de ensino cívico-militar”.

Após as críticas, a Escola Vladimir Herzog recuou e desistiu de adotar o modelo cívico-militar.

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