A Folha de S.Paulo lançou em 27/6 uma campanha publicitária em defesa da democracia. O comercial foi ao ar no mesmo dia, durante o intervalo do Jornal Nacional, da TV Globo. O objetivo do projeto é relembrar os acontecimentos da ditadura militar e destacar a importância da democracia e da preservação das instituições democráticas. É também uma homenagem ao jornal, que completa 100 anos em fevereiro de 2021.
O comercial usa a foto de um estudante sendo perseguido por um militar em Cinelândia, no Rio de Janeiro. A fotografia foi tirada pelo até então fotógrafo do Jornal do Brasil Evandro Teixera, em 21 de junho de 1968, e tornou-se um símbolo contra a ditadura militar.
A narração da campanha convida o povo brasileiro a usar a cor amarelo em defesa da democracia. O uso de pontos brancos é uma homenagem ao comercial Hitler, premiada campanha publicitária da Folha de 1988 que utilizava os mesmos pontos brancos, e conforme a imagem vai abrindo, o rosto do ditador nazista é revelado.
A Folha divulgou no domingo (28/6) uma pesquisa Datafolha que indicou que 75% dos brasileiros apoia o regime democrático. Também como parte da campanha em defesa da democracia, o jornal lançou um curso de quatro aulas digital e gratuito sobre o período militar no Brasil e começou nesta segunda-feira (29/6) uma série de lives sobre o assunto. O projeto durará a semana inteira, e abordará temas como o Ato Institucional nº 5 (AI-5), o papel da imprensa durante o regime ditatorial e a possibilidade de uma nova ditadura no Brasil.
O tema da primeira live foi as origens do golpe militar de 1964, e por que ele ocorreu. O debate, mediado pela repórter Fernanda Mena, contou com a participação de Oscar Pilagallo, autor do livro Folha Explica a História do Brasil no Século 20, e Ingrid Fernandes, da Agência Mural.
As lives vão ao ar às 11h, no site da Folha e no canal do jornal no YouTube. Confira a programação completa:
Terça-feira (30/6): Por que tudo piorou com o AI-5, em 1968?
Janio de Freitas − Colunista da Folha, recebeu prêmios como o Esso e o Internacional Rei de Espanha.
Quarta-feira (1º/7): A imprensa foi muito censurada durante a ditadura?
João Montanaro − Chargista da Folha
Quinta-feira (2/7): Por que nós, brasileiros, sabemos tão pouco sobre a ditadura?
Maria Rita Kehl − Psicanalista e escritora, integrou a Comissão Nacional da Verdade
Maria Bopp − Atriz e roteirista, faz vídeos em que interpreta a personagem Blogueirinha do Fim do Mundo
Sexta-feira (3/7): Estamos próximos de um novo regime autoritário?
Flavia Lima − Ombudsman da Folha
Tabata Amaral − Deputada federal (PDT) e colunista da Folha