Ali Kamel, diretor de Jornalismo da TV Globo, anunciou à emissora e suas afiliadas uma mudança no protocolo de cobertura das eleições deste ano: não vai escalar repórteres “carrapatos”, que seguem os candidatos à Presidência para onde eles forem durante a campanha. É a primeira vez que a emissora abre mão do esquema.
Segundo apurou o Notícias da TV, a medida foi tomada devido aos cada vez mais constantes ataques e violências contra jornalistas por todo o País. Em relação à cobertura da campanha de governadores, a Globo analisará caso a caso, conforme o clima de polarização em cada estado.
Para cobrir candidatos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que constantemente atacam a Globo, a emissora recomendou que sejam escalados repórteres à paisana, sem identificação de microfones.
No caso da cobertura presidencial, será exibida a agenda diária de cada candidato com imagens e vídeos da internet. Os repórteres só gravarão os áudios para complementar as reportagens depois, longe das comitivas dos candidatos.
Procurada pelo Notícias da TV, a Globo não deu mais detalhes sobre os protocolos, mas declarou que “mesmo um cenário político tão polarizado não impedirá o trabalho legítimo da imprensa. A Globo fará, como sempre fez, uma cobertura das eleições com isenção e profissionalismo”.
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