A série documental original Onde Está Tim Lopes? chegou em 29/6 à plataforma de streaming Globoplay. A obra conta em quatro episódios a trajetória profissional de Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, mais conhecido como Tim Lopes, que foi torturado e assassinado em junho de 2002 no Rio de Janeiro a mando do traficante Elias Maluco.
O repórter tinha o hábito de utilizar disfarces e microcâmeras para se infiltrar em locais perigosos, buscando retratar a realidade, observando-a de perto. O documentário, dirigido e roteirizado pelo jornalista Bruno Quintella, filho de Tim Lopes, reflete sobre como permanecem atuais as injustiças e desigualdades sociais denunciadas na época pelo comunicador.
Em entrevista a Tábata Uchoa, do jornal O Dia, Bruno revela a preocupação do pai em mostrar se as denúncias causavam mudanças: “Eu acho que ele tinha sempre essa preocupação de, em alguns anos depois de ter feito a primeira denúncia, voltar e tentar mostrar o que foi feito. No geral, os problemas do País, em especial o tráfico de drogas, seguem em evidência”.
O roteirista também revelou que o título da obra, além de fazer referência à campanha em busca do jornalista, feita antes da confirmação de sua morte, também é uma metáfora: “A gente quis refletir sobre onde Tim estaria nesse momento, dedicando-se a quais pautas? Com os jornalistas contemporâneos e os da sua época? Com os estudantes das novas gerações? A verdade é que tentaram calar uma voz, mas criaram várias novas”.
A produção busca analisar e comentar, por meio de depoimentos de colegas de profissão e familiares, o legado deixado por ele para as próximas gerações de jornalistas.
“Eu acho que o grande legado do Tim Lopes é que você pode até tentar que a mensagem seja interrompida quando você mata o mensageiro… Mas quando mata o mensageiro, a mensagem, na verdade, se multiplica”, afirma Bruno Quintella.
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