O Google anunciou na manhã dessa segunda-feira (5/8) uma série de ações e iniciativas de combate à desinformação durante as eleições deste ano. Em evento de divulgação à imprensa, a big tech falou sobre novas ferramentas e recursos, parcerias e treinamentos de educação midiática, com o objetivo de trazer informação confiável a seus usuários durante o período eleitoral.
A empresa chamou atenção para as parcerias que mantém com instituições governamentais, veículos de mídia e ONGs para o combate à desinformação. Uma delas é a parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já dura dez anos. Segundo a empresa, a parceria com o TSE é “espinha dorsal” para o trabalho do Google no combate às fake news durante as eleições.
O Google renovou o apoio ao Projeto Comprova, coalizão de jornalismo colaborativo de checagem de fatos com 42 veículos jornalísticos espalhados por todo o País. A empresa também está investindo em programas de apoio ao jornalismo local e treinamentos de educação midiática, segundo Marco Túlio Pires, líder do Google News Lab para o Brasil. A empresa vai apoiar as agências de checagem de notícias Aos Fatos e Lupa para o desenvolvimento e/ou aprimoramento de produtos focados no combate à desinformação.
Aos Fatos vai aprimorar o Busca Fatos, que assiste e transcreve vídeos e identifica alegações verificáveis e as conecta com fontes de informação confiáveis. A ferramenta será complementada pela assistente virtual Fátima. Já a Lupa vai investir no Lupascan, plataforma que consegue monitorar perfis de políticos nas redes sociais, analisando os posts publicados. A ferramenta inclui transcrição de vídeos.
Outra iniciativa do Google é uma parceria com É nois, que visa a formar uma rede de treinamento para checadores de fatos com foco em regiões vulnerabilizadas, como comunidades indígenas e quilombolas. A ideia é que essas localidades tenham suas próprias redes de checagem de fatos. Mais detalhes da parceria devem ser anunciados em breve.
A empresa também está investindo em educação midiática. Em 2024, renovou seu apoio ao Educamidia, realizado pelo Instituto Palavra Aberta desde 2019, com uma doação de mais de R$ 4 milhões. A ideia é investir em novos treinamentos, incluindo alguns com foco em Inteligência Artificial. com o objetivo de capacitar mais de 50 mil professores em todo o Brasil, alcançando cerca de um milhão de estudantes com temas essenciais de educação midiática.
Já na próxima quinta-feira (8/8), durante o debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado pela Band, vai estrear um estúdio do Google Trends, ferramenta que analisa as principais tendências de busca no Google. Em tempo real, será possível verificar os principais assuntos que os internautas estão buscando durante o debate.
Inteligência Artificial e outras iniciativas
Durante o evento, Luiz Moncau, gerente de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google, falou sobre o uso de Inteligência Artificial por parte da empresa nas eleições. O Google está identificando todos os conteúdos que utilizam IA em suas plataformas, além de adicionar o contexto no qual a tecnologia foi utilizada em seus produtos.
No Gemini, assistente virtual do Google, por exemplo, dependendo do que for solicitado, haverá uma mensagem informando que não pode gerar aquele determinado texto ou imagem para evitar a disseminação de informações falsas. O Gemini também disponibiliza um link para buscar no Google o texto que foi gerado pela IA, para saber o contexto e as fontes que a tecnologia utilizou.
O Google também está desenvolvendo tecnologias como o SynthID, lançado em 2023, que consegue criar marcas d’água digitais e imperceptíveis em imagens e áudios gerados por IA. Na busca por imagens, a empresa adicionou a opção de “sobre esta imagem”, que informa o usuário sobre a origem e autenticidade das imagens, dar contexto e saber se é uma imagem manipulada por IA ou não.
Outra iniciativa refere-se ao Google Play, que lançou uma espécie de selo para identificação de aplicativos governamentais. Centenas de apps já estão identificados como plataformas de instituições governamentais, com o objetivo de que os usuários consigam identificar com maior facilidade os aplicativos oficiais do governo, e consequentemente, fontes confiáveis de informação.
No YouTube, os criadores de conteúdo devem atender a uma das diretrizes do Google de informar em seus vídeos quando for utilizada Inteligência Artificial e dar um contexto, explicando de que forma a tecnologia foi identificada. E sobre anúncios, o Google segue restringindo conteúdo político-eleitoral, em cumprimento à Resolução do TSE n° 23.732/2024. A empresa usa um sistema automatizado de checagem para garantir a aplicação de suas diretrizes, além de checadores humanos para verificar casos mais complexos.
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