O Grupo Folha demitiu na semana passada 20 profissionais, pelo que apurou este J&Cia. Deixaram a empresa:
Na Folha: Alex Kidd (Arte), Angelo Dias (Arte), Estelita Carazzai (Curitiba), Felipe Gutierrez (Mercado Aberto), Fernando Sciarra (Arte), Fernando Tadeu (Ciência), Lucas Vettorazzo (Rio), Maria Luísa Barsanelli (Ilustrada), Rafael Gregório (Ilustrada), Sergio Rangel (Rio) e Vanessa Alves (Turismo), além de duas outras profissionais, uma delas da TV Folha.
Do Agora saíram sete colegas, entre eles o editor responsável Cesar Camasão, que estaria ainda negociando possível transferência na empresa, e Alberto Nogueira (Esporte).
Num caso à parte, também foi demitida Vera Lia Roberto, que foi secretária do falecido patriarca da família, Octávio Frias de Oliveira, e que estava na empresa há 40 anos. Uma curiosidade: em 23 de março de 1990, ela foi conduzida coercitivamente pela Polícia Federal que havia invadido o jornal com agentes da Receita por ordem do então presidente Fernando Collor de Mello a pretexto de uma diligência fiscal.
Em contato com a empresa em 22/3, a direção do Sindicato dos Jornalistas protestou contra as demissões, criticou a direção da Folha por não abrir qualquer canal de diálogo com os jornalistas e com o Sindicato, e reivindicou uma reunião para debater a dispensa coletiva. “Somos expressamente contra qualquer demissão, e é lamentável que as empresas mantenham seus resultados à custa dos assalariados e do próprio jornalismo”, afirma Paulo Zocchi, presidente da entidade. Como uma das medidas da reforma trabalhista foi acabar com a obrigatoriedade da homologação das demissões, o Sindicato informa que o jornalista que quiser conferir as verbas rescisórias pode contatar o departamento jurídico e agendar um horário pelo 11-3217-6299 ou [email protected].
O novo diretor de Redação Sérgio Dávila deu entrevista à ombudsman do jornal, Paula Cesarino Costa, publicada em 25/3, na qual reafirma várias informações que deu a este J&Cia. Em resposta à pergunta se poderia dimensionar os cortes efetivados durante a semana, Dávila afirmou que “o jornal tem por praxe não divulgar números dos ajustes que faz em seu pessoal. Mas sabe também que não existe Projeto Folha com empresa deficitária”.