Um grupo de simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro invadiu a sede da Rádio Comunidade, no município de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, após o radialista Júnior Albuquerque criticar a postura do presidente durante a pandemia de Covid-19. O vídeo de um homem de camisa preta discutindo e ameaçando os participantes da rádio circulou nas redes sociais.
A Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (Asserpe) repudiou o ocorrido, que classificou como uma “ameaça à liberdade de imprensa”. Segundo a entidade, o caso “abre um perigoso precedente que ameaça todos os veículos, inclusive comerciais. A Asserpe espera resposta à altura, em virtude da gravidade do incidente, pelas autoridades que investigam o caso”. A organização reforçou sua defesa pela liberdade de imprensa e declarou apoio a Júnior Albuquerque.
A Associação Brasileira de Imprensa também se pronunciou sobre a invasão. Em nota, Paulo Jerônimo, presidente da entidade, escreveu que “a escalada de violência contra órgãos da imprensa continua num crescendo. (…) É preciso dar um basta nesse comportamento criminoso. A democracia pressupõe o direito de crítica e é obrigação das autoridades a garantia do exercício desse direito. É preciso que Bolsonaro não só pare de estimular as violências contra jornalistas, como as condene de forma explícita. Caso contrário, será acusado de cumplicidade”.