Por Walfran Valentim
Na década de 1980, quando militava na antiga extinta Rádio Poty de Natal, órgão dos Diários e Emissoras Associados, estava na cidade do Assu, região central do RN, para a cobertura de uma partida do campeonato estadual. Estava na hora do almoço quando nos deparamos com um assalto na agência do Banco do Brasil.
Como já tinha trabalhado na área policial, fui chamado pelo delegado-geral, amigo meu, para entrar no banco e negociar com os bandidos. Como o chefe da quadrilha garantiu não machucar ninguém, lá fui eu.
Quando entrei no local, levei um susto ao ouvir o grito: “O que o senhor quer aqui?” Ora, ele não pediu um repórter para ser intermediador da negociação? Quando ouvi esse grito, vi uma espada na mão do sujeito e seis comparsas mascarados. Não tive outra opção a não ser me mijar em pleno banco. A cachaça que tinha tomado no mercado, para me encorajar, foi embora todinha.
Erivam Chuvas era o nome do bandido, que dizia constantemente ter pacto com o diabo. Experiência louca! Os bandidos exigiram um avião para fugirem com destino ao Pará, estado natal deles. Em Belém a polícia já os esperava. Houve grande tiroteio e seis ladrões mortos. Apenas Erivam escapou.
Recambiado pra Natal, não perdi a oportunidade de ser o primeiro a entrevistá-lo. “Lembra de mim? Me grite agora, seu fdp”. Estava tão fulo da vida, pois pensei que iria morrer naquele banco. Dinheiro recuperado, vítimas sem ferimentos, seis bandidos mortos e um preso. Experiência que não desejo a ninguém!
O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre. A história desta semana é de Walfran Valentim, presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Rio Grande do Norte (ACERN).
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