Portal dos Jornalistas deu apoio de divulgação ao congresso da Abraji e escalou a repórter Mariana Ribeiro para assistir a algumas palestras. É dela o depoimento a seguir: ?Olhos jovens e ávidos por conhecimento. A primeira impressão seria confirmada mais tarde, ao saber que mais da metade dos 636 inscritos eram estudantes. Foi quando a quase-não-mais-foca (sentindo-se praticamente uma orca idosa) se viu alimentando-se daqueles olhos, revendo seus dias não tão distantes de universidade e reforçando a vontade (vocação?) de produzir jornalismo de qualidade. ?Isso é interessante porque mostra que o jornalismo está se renovando numa velocidade muito intensa. As pessoas já na universidade se preocupam em se preparar melhor, em buscar qualificação, procurando entrar no mercado de trabalho já com algum tipo de informação que faça a diferença?, comentou Marcelo Moreira, presidente da Abraji. Roberto Cabrini, âncora do Conexão Repórter (SBT), observou com entusiasmo a participação dos estudantes ? tão latente durante todo o congresso ?, reforçando que discutir jornalismo investigativo é um avanço para toda a sociedade: ?O jornalismo investigativo é um jornalismo denso e que faz a diferença dentro de uma sociedade. Quando vejo jovens preocupados em descobrir quais são os limites da ação de um jornalista investigativo, isso significa que estamos construindo uma sociedade que tem mais possibilidades de ser justa. E o jornalismo investigativo cumpre um papel insubstituível em termos da construção de uma sociedade mais justa?. E completou dizendo que ?na época do Tim Lopes a gente não tinha congressos tão bem feitos, tão elaborados quanto este, que possibilitam a cada jornalista discutir com seus pares, com seus colegas, quais as proteções que você pode ter. Qual o tipo de retaguarda jurídica que você pode ter para o seu trabalho. Acho que Tim Lopes deixou o legado da necessidade de se aprofundar no jornalismo investigativo e também dos riscos que o jornalismo envolve. Acredito que a melhor notícia é saber que estamos avançando. Estamos discutindo mais quais são os limites da nossa ação, qual o tipo de embasamento jurídico que se pode ter para agir como jornalista investigativo, qual o tipo de retaguarda e de segurança que se pode desenvolver para fazer um bom trabalho, mas que, ao mesmo tempo, possa proteger a você e sua família. E isso envolve um constante exercício de troca de informações entre profissionais da área. Por isso esse congresso é tão importante: porque ele possibilita que profissionais que exercem a mesma função, que assumem riscos semelhantes, troquem informações e descubram a melhor forma de avançar?. Os olhos da quase-não-mais-foca também brilharam ao ouvir David Carr, polêmico e bem-humorado colunista de The New York Times, dizer que esses são os anos dourados da profissão. Carr disse acreditar que os jornalistas serão cada vez mais uma marca própria, com público e valores também próprios, e que isso despertará o interesse dos veículos de comunicação. Para fechar o balanço do congresso, o presidente da Abraji Marcelo Moreira comemorou as ?mais de 800 pessoas envolvidas no evento [entre congressistas, palestrantes e colaboradores] durante esses três dias, em quase 90 palestras. Estamos muito felizes porque o evento já está consagrado no calendário como um dos maiores do jornalismo brasileiro. E só esperamos poder continuar desempenhando esse papel, fazer com que esses congressos e o trabalho da Abraji funcione como ferramenta que ajude a melhorar a qualidade do jornalismo no Brasil?. E emendou a fala com o convite para a próxima edição: de 12 a 15/10/2013, na sede da PUC, no Rio de Janeiro. Convite feito, convite aceito.?