A colaboração desta semana é de Wanderley Midei, um ?depoimento/lamento?, como ele próprio classifica, pois retrata a situação de muitos profissionais. Wanderley também publicou esse texto no facebook e em seu blog. Francisco WANDERLEY MIDEI Nascido em São Paulo em 23 de setembro de 1943 Contatos: Fones: Residencial: (011) 2959.0955 / Celular: (011) 9402-1262 E-mail: [email protected] Profissão: Jornalista Ocupações: ? 8 anos no jornal Folha de S.Paulo (de contínuo até chefe da sucursal de Santos) ? 22 anos no jornal O Estado de S. Paulo (repórter, editor, colunista e coordenador nacional) ? 4 anos na Agência Estado (coordenador nacional) ? Chefe de Reportagem no SBT ? Chefe da Pauta na TV Cultura ? Chefe da Pauta na TV Bandeirantes ? Chefe de Reportagem na TV Manchete ? Assessor de Imprensa das Secretarias de Esporte e Turismo ? Chefe da Assessoria de Imprensa da Presidência da Câmara Municipal de São Paulo ? Diretor Administrativo do Departamento Médico do Serviço Civil do Estado ? Assessor de Imprensa da Secretaria da Administração ? Editor-chefe do jornal São Paulo em Manchete, da TV Manchete ? Produtor do programa TV Escola, da Secretaria da Educação do Estado e da TV Cultura ? Assessor de Imprensa da Secretaria de Recursos Hídricos ? Coordenador da área de rádio (escuta, clipping, centro de documentação e jurídico) na campanha do Governador Mário Covas, em 1994 ? Editor-chefe da Imprensa Oficial do Estado ? Coordenador de uma área de rádio da campanha de José Serra em 1996 ? Editor-chefe do jornal D. O. Leitura/Cultura, da Imesp e da Secretaria da Cultura do Estado ? Coordenador da área de rádio (escuta e jurídico) na campanha do Governador Mário Covas, em 1998. ? Autor de seis jingles para a campanha do Governador Mário Covas, em 1998, que foram tocados pelo interior do Estado ? Curso de Gerenciamento pela Qualidade, pela Fundação Cristiano Otoni ? Curso de Gerenciamento para Mudanças, pela Fundação Getúlio Vargas a.. Poeta e compositor de MPB, com três livros publicados, diversos poemas editados e um cd gravado b.. Contista, com um livro publicado c.. Coordenador de Comunicação da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho d.. Assessor de Comunicações da liderança do PSDB na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. e.. Assessor de Comunicações da Presidência da Assembleia na gestão do Deputado Sidney Beraldo f.. Chefe de Reportagem, da Pauta e coordenador de rede da CNT g.. Autor do blog http://wanderleymidei.zip.net h.. Repórter para matérias especiais do Diário do Comércio Vocês acabam de ler o meu currículo. Sabem qual é o único item desse histórico profissional que me incapacita para desenvolver qualquer tipo de trabalho, na minha área de jornalismo ou não? A DATA DO NASCIMENTO. Pois é. Nem o glaucoma, com que convivo há quase quarenta anos, me impede de trabalhar. Posso ter alguma dificuldade, mas não sou impedido pela doença. Quanto à idade… E olhem que ouvi isso de companheiros com quem trabalhei anos seguidos: ?Sabe, Midei, eles querem pessoas mais jovens para acompanhá-los…?. Então, por que não contratam acompanhantes como as que anunciam em revistas e nos orelhões? Muitos amigos, coincidentemente ou não, também se afastaram. Alguns ainda prometeram: vamos tomar um café dia destes… Como o nosso calendário é infinito, só resta esperar por esse tal de dia destes. Uma vez, numa emissora, o diretor de Jornalismo me chamou após um dia de trabalho e disse: ?Midei, você é um excelente profissional, mas vou precisar da sua vaga para contratar duas pessoas?. O que você responderia? Eu respondi, mas não vou dizer aqui. E olhe que o meu salário quase não dava pra um sobreviver. Vejo com frequência campanhas na mídia pelo PRIMEIRO EMPREGO. Acho justíssimo. Afinal, assim como eu na minha adolescência, o jovem também precisa começar a trabalhar para aprender e se desenvolver. Mas não vejo ninguém falando em O ÚLTIMO EMPREGO. E que não seja nunca o último, porque este será no além. Os jovens precisam aprender. E os que sabem não podem mostrar o que sabem. Nos últimos seis anos, apenas os amigos James Rubio (que me empregou na CNT como chefe de Reportagem, função que desenvolvi, embora num curto período, porque a carga horária era muito grande, 14 horas diárias, no mínimo) e o José Maria, do Diário do Comércio (que, por indicação do Waldir Sanches, me deu várias reportagens especiais para fazer e que aliviaram o meu parco orçamento baseado numa aposentadoria de R$ 1.400 e em algumas economias feitas durante toda a minha vida, que tem mais, no mínimo, seis meses para terminar. Até lá, vou eliminando supérfluos, como automóvel, celular ou fixo, canal a cabo, buscar uma internet mais barata e manter meu apartamento, único patrimônio que tenho. E rezar para que as coisas andem bem com a família de minha filha Daniela e ela possa sempre me convidar a visitá-la em Aracaju). E, para finalizar, o interessante do profissional idoso é que ele tem disponibilidade de tempo, ou seja, pode trabalhar em qualquer horário. Não precisa ganhar muito, apenas complementar a aposentadoria. Mas ele não encontra forças para abrir as portas, principalmente as dos amigos que ajudou durante toda a vida. Vamos fazer uma campanha pelo ÚLTIMO EMPREGO!