* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
A nova sede da Infoglobo no Rio está pronta para a mudança, que começa na próxima terça-feira (8/11) e deve se estender até dezembro.
O prédio foi construído num terreno entre as ruas de Santana e Marquês de Pombal, na Cidade Nova, mesma região do Centro do antigo endereço, a rua Irineu Marinho, e que deve se beneficiar da revitalização por que passou o Porto do Rio.
O projeto, do escritório de arquitetura RRA, de Ruy Rezende, pode ser visto em parte aqui. Para lá vão os jornais O Globo, Extra e Valor, e a revista Época. Num segundo momento, as rádios podem ser integradas ao grupo. Além da mudança física, deve haver uma reformulação do sistema de trabalho.
Para isso foi contratada a espanhola Innovation. A empresa é representada no Brasil por Eduardo Tessler, ex-RBS e que já trabalhou em O Globo, como jornalista, antes de se dedicar à consultoria na Innovation, e que mantém o blog Midia Mundo. A empresa foi chamada pela Infoglobo, no primeiro semestre deste ano, para reorganizar a antiga Redação, que fora montada antes do impacto da internet e vinha se adaptando. A Innovation fez isso em vários jornais no mundo.
O trabalho foi apresentado aos comandos das Redações, mas houve algumas discordâncias, o que vem sendo negociado com a direção, e espera-se que um acordo interno seja obtido até meados deste mês. A intenção é unificar as Redações, com viés apontado para a área digital.
O grau de integração na Infoglobo já é grande – e, aos poucos, desta com a Editora Globo –, o que agora deve ser organizado. Vai reduzir os recursos, num ambiente em que a sinergia já é alta, mas isso tem um limite, para não prejudicar a qualidade do que é feito. Os críticos questionam se esse tipo de trabalho é importante. Os tempos são difíceis para a mídia impressa; jornais e revistas no mundo avaliam seus futuros e experimentam novos modelos de negócio. Reordenar os processos, à luz do que se tem hoje, parece olhar para trás. Não garante novas receitas nem incremento da circulação. Vale fazer esse esforço, mas é pouco.
É preciso saber primeiramente para onde ir, e só depois ver como chegar lá. O tipo de ajuda que se espera, no mundo inteiro, é como resolver a questão da mídia impressa, e não a forma de trabalhar, que é o que essa empresa propõe. Existe mérito em otimizar os processos, mas isso não aponta para uma visão básica do negócio, a partir de modelos novos.
Mas nenhuma empresa no mundo tem um case moderno, bem-sucedido, para apresentar. A Infoglobo vem se posicionando como empresa de projetos especiais, eventos setoriais, e a área cresce, é bem-sucedida e gera receitas.
Será este um dos caminhos para desafogar o impasse no setor?