O Instituto Vladimir Herzog (IVH) lançou nesta terça-feira (23/4) um estudo sobre a relação de crimes contra o meio ambiente e a violência sofrida por comunicadores na Amazônia. O lançamento do Fronteiras da Informação – Relatório sobre jornalismo e violência na Amazônia foi realizado em Belém.

A pesquisa revelou que a intensificação da violência está atingindo diretamente profissionais de imprensa que atuam na região. Segundo dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), nos últimos dez anos ocorreram 230 casos de violência contra profissionais na região. O estado do Pará foi classificado como o mais violento, seguido por Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.

Um dos casos mais conhecidos é o do inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, assassinados a tiros durante uma viagem à Terra Indígena Vale do Javari, em 2022.

Giuliano Galli, coordenador de Jornalismo e Liberdade de Expressão do Instituto Vladimir Herzog, revelou que o caso aumentou o número de denúncias e serviu como motivação para aumentar o monitoramento na região.

O relatório contém várias denúncias em que as agressões aos profissionais aparecem ligadas às investigações ambientais. E aponta ainda que, no ano eleitoral de 2022, os registros de violência na Amazônia mais que dobraram em relação a 2021.

Galli associou a contribuição da falta de políticas públicas de proteção e atividades ilegais como garimpo, mineração e ocupação de territórios indígenas na violência presente na região. E relembrou que as agressões afetam não somente profissionais da comunicação como também defensores de direitos humanos.

Leia também: Organizações criticam nova tentativa de Augusto Aras de condenar André Barrocal

0 0 votes
Article Rating
Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments