Assinantes do jornal Agora, de São Paulo, receberam um comunicado informando que a publicação deixa de circular de forma permanente a partir desta segunda-feira (29/11). No lugar dele, passam a receber a versão impressa da Folha de S.Paulo, que também pertence à empresa Folha da Manhã S.A., dona do Agora.

O comunicado informa que os assinantes receberão a Folha nos primeiros doze meses pelo mesmo preço que pagavam pelo Agora (cerca de R$ 78 por mês). Após esse período, terão um desconto de 20% sobre o valor da assinatura.

A assinatura permitirá ler todo o conteúdo da Folha no celular, tablet ou computador, diz ainda o comunicado.

Segundo apurou o Portal dos Jornalistas, o Agora tinha cerca de 20 jornalistas fixos na equipe. O Grupo Folha lançou um Programa de Demissão Voluntária (PDV), e quem não aderir, deve ser a princípio reaproveitado na Folha de S.Paulo.

No último domingo (28/11), o jornal publicou sua última edição com um editorial de despedida, que explica que a decisão de descontinuar o projeto foi baseada em critérios econômicos, dados de circulação e publicidade.

“Nunca foi a nossa meta fazer reportagem para ganhar prêmio, nossa obsessão sempre foi você, leitor. E com esse pensamento nós crescemos e alcançamos o posto de jornal campeão das bancas do estado de São Paulo. Nos últimos anos, porém, a crise econômica persistente, com a alta do dólar e da inflação, somou-se à pandemia, que estrangulou ainda mais a circulação. A decisão de encerrar o Agora é, portanto, empresarial e financeira”.

Segundo o Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a circulação média do jornal caiu 63% de 2015 até 2021. Em outubro de 2016, de acordo com o IVC, , o Agora São Paulo tinha uma circulação média diária de mais de 88 mil exemplares. Em outubro de 2021, este número caiu para pouco mais de 32,5 mil exemplares.

O Agora começou a circular em 22 de março de 1999, em substituição à extinta Folha da Tarde, lançada em 1967. Em 2019, o jornal publicou matéria especial em comemoração aos seus 20 anos de existência, destacando as principais manchetes de sua primeira edição.

O especial destacou um suposto esquema de propina de empresas de coleta de lixo para a campanha do ex-deputado federal Paulo Maluf; a estreia da coluna Palco Paulistano, assinada pelo ator Antônio Fagundes; e a “derrota” da atriz Fernanda Montenegro para Gwyneth Paltrow no Oscar de melhor atriz por seu desempenho no filme Central do Brasil.

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