Renata Fernandes Paiva denunciou que Francisco Rodrigues Neto, seu ex-chefe e diretor da TV Câmara de Natal, do Rio Grande do Norte, agrediu-a fisicamente em 19/8 na sede da emissora, onde ela prestou serviços por três anos.
Segundo O Globo, apesar de não trabalhar mais no gabinete em questão, a jornalista foi até o local para buscar um material audiovisual com cerca de 500 imagens reunidas enquanto ainda era subordinada a ele. Nesse momento, Francisco a teria agredido, forçando-a a se retirar: “Pegou os meus dois braços, me deixou com vários hematomas”. Ele nega as acusações.
Diante do ocorrido, Renata contou ter recebido uma licença médica de oito dias com acompanhamento psiquiátrico para se recuperar do episódio: “Eu fiquei muito mal, ainda estou muito mal emocionalmente, porque essas coisas não são só físicas, elas causam dano psicológico muito grande. Eu me consultei com uma médica que me prescreveu uns remédios para eu poder me acalmar e dormir. Há sete dias que não consigo dormir”.
A demora da jornalista para expor a sua versão dos fatos se deu, segundo ela, por medo de uma demissão se assim o fizesse, já que seu cargo é comissionado e ela não tem a estabilidade de um emprego público concursado.
“Fiquei com medo de sofrer represália, mas meu advogado me recomendou denunciar e divulgar. Tenho um laudo, fiz boletim de ocorrência e vou tomar todas as medidas judiciais cabíveis. Ele está afastado da TV. Eu tenho duas testemunhas. E foi isso que aconteceu, única e exclusivamente porque eu pedi o meu material de trabalho de pesquisa de volta”.
De acordo com a Polícia Civil, o caso é tratado como lesão corporal e ameaça, que são crimes de menor potencial ofensivo e, portanto, os envolvidos ainda não prestaram depoimento. Eles já foram, contudo, intimados à 1ª Delegacia Distrital de Natal, onde será feito um termo circunstanciado de ocorrência. As oitivas já foram agendadas, mas a corporação explicou que não divulga a data para não tumultuar o ambiente. O delegado solicitou imagens da Câmara Municipal para análise, mas elas ainda não foram enviadas. Procurada, a Câmara Municipal de Natal não enviou uma resposta sobre o caso.
Francisco disse em nota refutar veementemente as acusações e que está “tomando providências no âmbito administrativo, criminal e cível, para atestar minha inocência no caso”.
“Tenho 30 anos de profissão, com passagem por diversos veículos de comunicação e órgãos públicos do Rio Grande do Norte e nunca imaginei ver minha imagem e credibilidade serem atacadas desta forma tão leviana. Estou sendo injustiçado por uma pessoa que usa de má fé e se apropria de uma campanha e luta feminista para me atacar e me prejudicar”.
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