Andrei Netto, gaúcho, nasceu em Ijuí, Rio Grande do Sul, em 1977. Formou-se em jornalismo na PUC-RS, na qual também obteve o título de mestre. Cresceu em Porto Alegre, trabalha para um jornal de SP e fez carreira acadêmica (doutorado), e profissional em Paris.
Com passagens por veículos como Gazeta Mercantil e Zero Hora, atualmente é correspondente de O Estado de S.Paulo em Paris. Mora em Paris, na França, há cerca de seis anos.
Lançou em março de 2010 o blog Andrei Netto, esclarecendo a proposta de abordagem: Política, economia e cultura na Europa. O post de abertura convida o leitor a ser interlocutor e diz a que veio: “A Europa vista de uma forma menos convencional. Essa é a ideia”. “Olá, mundo!” – sobre a saudação inicial do WordPress, diz “ [O olá mundo]: também cai bem porque é sobre isso mesmo que vamos falar: globalidades”. No giro do mundo o blog, e o mundo, vai ganhando outros contornos.
Entre eles, notícias e conceitos “sobre a revolução na Síria iniciada em março de 2011 e transformada em guerra civil, que já deixou cerca de 30 mil mortos no conflito e se banaliza dia após dia sob a indiferença da comunidade internacional, perdida nos meandros políticos do Conselho de Segurança das Nações Unidas”. Explica, em matéria postada no blog.
Além de cobrir os acontecimentos envolvendo o Palácio do Eliseu, residência oficial e gabinete do presidente francês, a crise europeia, Andrei passou a cobrir também a Primavera Árabe.
Em 2011, viajou para a Líbia e acabou sendo detido pelas forças do antigo regime líbio e foi mantido nos calabouços do regime. A história marcante está retratada no livro O Silêncio Contra Muamar Kadafi – A Revolução da Líbia, lançado em São Paulo, novembro de 2012, com o selo Companhia das Letras.
Na obra, ele onde conta os detalhes. Sequestrado por militantes kadafistas na pequena cidade de Sabratha, no oeste do país, foi levado para uma prisão secreta nos arredores de Trípoli. A detenção lhe rendeu oito dias de isolamento. O repórter foi libertado em 10 de março de 2011 pelas autoridades do regime líbio aos cuidados do embaixador brasileiro em Trípoli, de onde retornou a sua casa em Paris.
Segundo o jornalista, a prisão “estragou sua cobertura” da guerra no país e, por questões éticas, não quis escrever o livro assim que foi solto. Optou por permanecer na Líbia para “tentar entender as raízes da Primavera Árabe” e “cobrir toda a revolução, dos primeiros levantes no interior do país à morte violenta do ditador”.
No livro a história da guerra revolucionária que depôs Muamar Kadafi em 2011e acabou com mais de quatro décadas de opressão kadafista (que terminaria com a execução sumária de Kadafi por seus captores) é contada passo a passo, por Andrei, uma testemunha privilegiada dos acontecimentos. Sem se deixar abater pela violência da prisão, Netto retornou à Líbia mais duas vezes para completar a cobertura das hostilidades. Na obra estão ainda diversas entrevistas com vítimas e combatentes. (De acordo com as informações divulgadas pela editora).
Sobre o trabalho de correspondente Andrei diz: “Alguns temas são difíceis de explicar, porque é preciso senti-lo. São evocados conflitos de séculos passados para justificar posicionamentos de fiéis Kadafistas e contrarrevolucionários que assim tentam impor seus valores ultraconservadores à sociedade”, afirma. E Andrei coloca, resumindo, “não existem anjos na revolução da Líbia”.
Atualizado em Janeiro/2013 – Portal dos Jornalistas
Fontes:
blogs.estadao.com.br/…/andrei-netto-correspondente-e
http://www.companhiadasletras.com.br/autor.php?codigo=03247
Blog: http://blogs.estadao.com.br/andrei-netto/