(16 de junho de 1927, João Pessoa, Paraíba – 23 de julho de 2014, Recife, Pernambuco)
Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, cidade que passou a se chamar João Pessoa, capital da Paraíba, cresceu no Sertão paraibano. Mudou-se com a família para o Recife em 1942. Formou-se na Faculdade de Direito, Recife, Pernambuco, em 1950 e já recebeu seu primeiro reconhecimento, o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz.
Ariano estreou na literatura em 1947 com o livro Uma mulher vestida de sol. Ficou famoso com a peça Auto da compadecida, que lançou em 1955. Várias obras marcaram sua trajetória de escritor, A Pedra do Reino, foi uma delas. Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, em Recife, e montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defendeu a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposentou-se como professor em 1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); Suassuna foi nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco, UFPE (1969).
Ligado diretamente à cultura e defensor especificamente da cultura do Nordeste do Brasil iniciou em 1970, em Recife, o Movimento Armorial, focado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais.
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o romance A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão, Ao Sol da Onça Caetana (1976).
Ariano ocupou cargos no governo, foi Secretário de Cultura do Pernambuco entre 1994 e 1998, e Secretário da Assessoria do governador Eduardo Campos até abril de 2014.
Foi membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000), recebeu o título em 2010.
Mesmo com os problemas na saúde, ele permanecia em plena atividade profissional. Sobre o assunto disse: “No Sertão do Nordeste a morte tem nome, chama-se Caetana. Se ela está pensando em me levar, não pense que vai ser fácil, não. Ela vai suar! Se vier com essas besteirinhas de infarto e aneurisma no cérebro, isso eu tiro de letra”, disse ele, em dezembro de 2013, durante a retomada de suas aulas-espetáculo.
Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Em 2013 sua mais famosa obra, Auto da Compadecida foi o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo. Em março de 2014, Ariano foi homenageado pelo maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada.
Para 2014 Suassuna estava finalizando o seu novo livro, O jumento sedutor que estava sendo trabalhado há mais de trinta anos.
O escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna morreu no Recife, na quarta-feira, dia 23 de julho de 2014, aos 87 anos. Ariano sofreu um AVC na noite de 21 de julho e passou por cirurgia ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, na capital. Segundo boletim médico, o escritor faleceu às 17h15. O velório do corpo do escritor começou ainda na mesma noite, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial de três dias. O enterro está previsto para a tarde de quinta-feira (24/7), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife, Pernambuco.
Atualizado em julho/2014 – Portal dos Jornalistas