Auremar de Castro é chamado pelos amigos de Big Boy. É mineiro, nasceu em Belo Horizonte e faz aniversário em 24 de setembro. É formado em Comunicação social – Jornalismo em 1974 pela FAFICH – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Concluiu a formação em fotografia no SENAC local.
Em setembro de 2008 foi entrevistado pelos alunos Luísa Kattaoui, Lucas Mendes e Iara Souto do Centro de Estudos Mineiros para o Programa de História Oral, projeto: Profissionais da imagem e imagem de profissionais – fotógrafos e cultura urbana em Belo Horizonte, 1973-1999.
No depoimento falou de sua vida, carreira e contou a história do Brasil da época inserida nos acontecimentos de sua vida profissional.
Auremar é de família tradicional de Belo Horizonte. Ele explica a árvore genealógica dos ‘de Castro’: “Eu nasci em Belo Horizonte e eu tenho uma característica bem diferente… meu pai nasceu em Belo Horizonte e minha mãe nasceu em Belo Horizonte, então minha família praticamente fundadora da cidade. Quando meu pai nasceu, a cidade (BH) tinha 15 anos. Minha família toda era urbana, era daqui, não é? Eu nasci no Prado (bairro da capital mineira).
A história da escolha da faculdade chega a ser hilária. “Eu fui fazer vestibular na época, porque “uai, se você fizer vestibular, você fica uma semana de folga (no trabalho). É só fazer uma carta, aí você vai fazer e tal. Você tem que se inscrever depois e trazer”. Aí eu pedi, vim aqui no Mineirão, que era no Mineirão que fazia vestibular. “que curso que eu vou fazer?”. Aí chamei aqueles pivetinho que ficavam lá “escolhe um aí pra mim”. [Risos] “Jornalismo”, era o “19”. Eu peguei e botei. Aí eu fiz e passei. Estudei, conta Auremar rindo daquele momento.
Ele começou a fotografar ainda nos anos 70, segundo ele, existia muito dinheiro para publicidade no Brasil, naquela época. “Projetos como Prá Frente Brasil. “E…”, recorda-se, “eu comecei a desfrutar dessa riqueza. Aí comecei a fotografar. Tinha muito capital. Estava construindo ponte Rio-Niterói, Transamazônica. Tinha muita grana aqui. Nessa época o Brasil ganhava muito Leão de Ouro em Cannes, negócio de publicidade, uns caras bem sofisticados, ganhava prêmios”.
Neste início da trajetória no jornalismo trabalhou no DEMAE – Departamento Municipal de Água e Esgotos, antiga COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais.
Passou a trabalhar na sucursal do Jornal do Brasil. Era época do telex. Fazia cinco matérias por dia. Viajava toda semana. O momento histórico era de repressão a qualquer tipo de manifestação. “Eu comecei a fotografar em Regime Militar. Presidente em 1974, presidente era o Emílio Garrastazu Médici. Depois era o Ernesto Geisel. Depois vem o João Figueiredo. Eu peguei quase 10 anos de Regime Militar, trabalhando na censura. Se você fotografasse no aeroporto, você era preso, qualquer área do aeroporto, estação, rodoviária, você era preso.
Durante o período do JB Auremar passou a trabalhar para a Veja, acumulando funções. Explicou “trabalhei numa época de freelancer, depois que eu fui contratado, então eu trabalhava para os dois. E na Veja, eu não só trabalhava na Veja, trabalhava num monte de revistas que a Editora Abril, tinha. Trabalhei de 1978 a 1981 lá na Abril”.
Depois da Veja foi direto para a revista de esporte Placar, que tinha outras publicações entre elas a que chamava Terceiro Tempo. “Aí sai de lá. Quebrou, aí fui trabalhar na Istoé como freelancer, aí trabalhei num monte de lugar”.
Até então ele só havia trabalhado para veículos do Rio e São Paulo, com sucursais em Minas Gerais.
Em 1988 entrou para o jornal Hoje em Dia, onde permaneceu por três anos como subeditor. Depois foi para o Estado de Minas. No Estadão mineiro trabalhou por 14 anos, foi repórter, subeditor e em menos de dois anos virou editor.
Fotografou para o Paisagens Mineiras, iniciativa do Estado de Minas. Para ele foi uma experiência inusitada. “Este generoso trabalho me permitiu percorrer, quase, todo Estado de Minas Gerais. Eu viajei, para você ter uma ideia, 52 mil quilômetros, anotado. A volta ao mundo na Terra é menor”.
Sobre o Prêmio Esso relatou como foi feita a foto vencedora em 1993. “Foi com a foto de um resgate realizado por um bombeiro de uma pessoa que ameaçava se jogar do alto do Edifício Acaiaca, no centro de Belo Horizonte. A foto recebeu o título Um salto para a vida. Na verdade, não foi o salto para a morte, que seria o salto do cara, mas o salto do capitão, um bombeiro que o salvou.
A primeira máquina do Auremar foi uma Rolley Flex que recebeu de presente, ainda quando fazia o curso fotografia no Senac, à noite. Em seu trabalho autoral, utiliza uma Leica M6 e filme P&B. Para jornal, utiliza Canon EOS 1N e grandes teleobjetivas. A sua especialidade é o futebol. A riqueza de situações no futebol é o que mais o atrai, além de considerar a cobertura esportiva um importante exercício para “manter o olho em dia”. Como editor seu trabalho é identificar o talento e as especificidades de cada fotógrafo, estimulando-os e orientando o trabalho do dia-a-dia.
"A fotografia é parte integrante da minha vida. Eu nunca tive outra profissão e não pretendo deixar de fotografar tão cedo. Eu vejo fotos e fotografo o dia inteiro, mesmo sem a câmera", remata Auremar sobre a sua paixão,
De uma sequência num dia chuvoso ele postou um texto sobre ‘o fotógrafo e a chuva’. Em resposta um leitor, Afonso Barroso, postou um comentário: “Afonso Barroso disse: janeiro 6, 2015 às 1:19 pm. Auremar é mais que fotógrafo. Sua câmera é um pincel e a tela é o mundo”.
Atualizado em junho/2016 – Portal dos Jornalistas
Fontes:
http://pilarconsult.blogspot.com.br/2012/10/dia-cinzento-auremar-de-castro-este.html
file:///C:/Users/Zeza/Downloads/Auremar%20de%20Castro.pdf
http://terceirotempo.bol.uol.com.br/
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https://www.facebook.com/jornalistas.deminas.1/
http://www.marcelopinheiro.com/site/multigrade/exposicao/pages/1%20Auremar%20de%20Castro.htm
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