Clóvis Rossi

    Clóvis Rossi
    Clóvis Rossi
    Descendente de italianos, Clóvis Rossi nasceu em 25 de janeiro 1943 no Bairro do Bixiga, em São Paulo. Foi um dos mais reconhecidos e importantes jornalistas do Brasil, figurando inclusive entre os Top 20 +Premiados Jornalistas Brasileiros da História, em levantamento promovido por este Portal dos Jornalistas e pela newsletter Jornalistas&Cia.
    Ser diplomata foi o seu primeiro sonho, mas ele era muito jovem para prestar o vestibular do Instituto Rio Branco. Foi então que, para não ficar parado, entrou no curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, única na época a oferecê-lo em São Paulo. No ano seguinte, foi indicado para uma vaga na sucursal paulista do jornal Correio da Manhã (RJ). Gostou. Formou-se na Cásper em 1964.
    No ano seguinte, teve breves passagens pela TV Excelsior (SP), pela revista Autoesporte (SP) e começou a trabalhar no jornal O Estado de S.Paulo, como redator da capa e da contracapa. Foi promovido no ano seguinte, passando a chefe de reportagem e editor de Assuntos Gerais. Em 1971, renunciou ao cargo e foi deslocado para a editoria de Esportes, como editor de Futebol. Dois anos depois, tornou-se assistente do editor-chefe do jornal e, ao mesmo tempo, começou o que acabaria sendo uma carreira paralela, a de enviado especial.
    Na nova função, cobriu o golpe no Chile, naquele ano. De 1973 a 2011, produziu reportagens em todos os cinco continentes. Fez a cobertura da transição do autoritarismo para a democracia na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Portugal, Espanha e África do Sul, além do Brasil.
    Em 1976, foi designado editor-chefe do Estadão. Um corte pesado de pessoal, no ano seguinte, contudo, o fez entregar o cargo e, logo depois, a deixar o matutino.
    Mudou-se para Brasília, indo trabalhar na sucursal do Jornal do Brasil (RJ). Em 1978, entretanto, voltou para São Paulo, para integrar a equipe de redação da revista IstoÉ (SP). Em 1980, fez parte da equipe que lançou o Jornal da República (SP), que faliu pouco tempo depois. Passou, então, para a Folha de S. Paulo (SP), como repórter especial.
    De 1981 a 1983, foi correspondente do jornal em Buenos Aires, regressando para São Paulo em 1984. Foi designado, em 1987, para a vaga aberta pela morte de Cláudio Abramo, na coluna São Paulo, da página 2 da Folha. Em 1992, partiu para Madri, como correspondente do jornal na Espanha.
    Foi indicado, em 2008 para o International Media Council, criado pelo Fórum Econômico Mundial – mais conhecido como Fórum de Davos –, para reunir os cem jornalistas considerados os mais influentes do mundo, global ou regionalmente.
    No ano seguinte, iniciou a publicação da coluna Janela para o Mundo no portal Folha.com. Passou, também, a ser o primeiro colunista da Folha para Assuntos Internacionais, primeiro uma vez por semana e, depois, três vezes. Em 2011, deu início ao blog Algo mais que samba, para a edição eletrônica do jornal espanhol El País.
    Escreveu diversos livros sobre jornalismo, entre eles Vale a pena ser jornalista? (Moderna, 1986), no qual aborda os prós e os contras da profissão, e Enviado Especial – 25 anos ao redor do mundo (Senac, 1999), uma coletânea de reportagens em países como Chile, Portugal e Israel.
    Foi agraciado em 2001 com o Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia, Nova Iorque (EUA). No ano seguinte, recebeu o Prêmio Ayrton Senna, na categoria de jornalismo político.
    Em 2004 foi homenageado com o Prêmio Nuevo Periodismo Cemex+FNPI, concedido em parceria pela multinacional de construção Cemex e pela Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano (FNPI) – criada e dirigida pelo Nobel Gabriel García Márquez –, pela sua contribuição como jornalista no relacionamento entre o Brasil e os demais países ibero-americanos.
    Venceu três vezes o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos: a primeira vez em 1980, por uma série de matérias sobre o cone Sul; a segunda em 1981, com a matéria “Mães de Mayo” burlam a polícia e fazem protesto (FSP, 27/3/1981), e a última em 1982, por um conjunto de matérias. Ganhou, também, quatro vezes o Prêmio Comunique-se: em 2004, 2006 e 2009 (na categoria Jornalista de Política, Mídia Impressa) e 2011 (Jornalista Nacional, Mídia Impressa).
    Em homenagem ao Dia do Jornalista, em 7 de abril de 2013, Jornalistas&Cia solicitou a dois editores que preparassem textos especiais sobre a vida dos dez primeiros colocados no Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas de Todos os Tempos, divulgado no final de 2012. Paulo Vieira Lima e Pedro Venceslau cuidaram da tarefa buscando na trajetória desses premiados um lado mais pessoal da vida de cada um, perfil que integraliza o ser profissional. Entre eles está Clóvis Rossi . O texto especial está disponível na Galeria.
    Em julho de 2015 Clóvis Rossi, 72, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha recebeu homenagem no congresso realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Abraji. Na ocasião foi apresentado um minidocumentário de autoria de João e Maria.Doc e Abraji, com direção de Paula Sacchetta e Peu Robles, com depoimentos de colegas de Rossi.

    Foi eleito em 2015 entre os ‘TOP 50’ dos +Admirados Jornalistas Brasileiros pelo trabalho desenvolvido na Folha de S.Paulo. A votação é realizada por Jornalistas&Cia em parceria com a Maxpress.

    Internado em junho de 2019 no Hospital Albert Einstein, após sofrer um infarto, Clóvis Rossi chegou a receber alta após melhora em decorrência de uma angioplastia, mas dias mais tarde voltou a passar mal e faleceu em 14 de junho. Era casado com Catarina Clotilde Ferraz Rossi, com quem teve três filhos e três netos.

    Atualizado em março/2021 – Portal dos Jornalistas

    Fontes:

    Jornalistas&Cia – Edição 1028

    https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticia/em-os-cem-mais-admirados-jornalistas-brasileiros%C2%A0-top-50-em