Irlam Rocha Lima nascido e criado em Barreiras (BA), desembarcou na capital federal na adolescência, em busca de estudos. Como uma das irmãs já morava em Brasília, ele chegou de mala e cuia para ganhar a vida em Brasília. Passou no vestibular de letras para a Universidade de Brasília (UnB). Na época, o curso de jornalismo era um apêndice do de letras. “Entrei para este, mas me formei em jornalismo em 1972”, conta ele.
A música e a cultura já faziam parte da sua vida desde a infância, na Bahia. O serviço de alto-falante da pracinha de cidade de Barreiras BA) divulgava Ângela Maria, Orlando Silva e Nora Ney, e chamava a atenção do moleque. As paradas de sucesso das rádios traziam Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Irlam anotava as letras cantadas por seus artistas preferidos. “Uma das primeiras músicas que me recordo de ter memorizado foi A noite do meu bem, de Dolores Duran”.
Já em Brasília, trabalhou como office-boy de uma loja de eletrônicos, na Rua da Igrejinha, juntava o que sobrava de grana para comprar LPs. Em Taguatinga – morou lá, depois em uma pensão na W3 Sul – era assíduo nas rodas de violão dos amigos, em que Chico Buarque e a bossa nova davam o tom até o dia amanhecer. “Eu não tocava nada, mas gostava de cantar”, diz ele.
Começou a trabalhar no Correio Braziliense, em junho de 1975, para cobrir esportes. Passou dois anos entre campos de futebol e quadras de basquete antes de migrar para a editoria de cultura. Na época, os shows eram noticiados, mas nem sempre havia cobertura do evento. Comparecer às apresentações e narrar para o leitor o que aconteceu foi uma bandeira que o repórter passou a empunhar. A primeira cobertura ocorreu durante um show dos Doces Bárbaros, no Ginásio Nilson Nelson, em 1976.
Após quatro décadas, não há o que o repórter não tenha visto ou vivenciado na cena musical da capital federal. Foi pioneiro na cobertura da cultura em música e transformou em livro o trabalho realizado no Correio Braziliense.
Em novembro de 2015 Irlam Rocha Lima lançou livro Minha trilha sonora — 40 anos de jornalismo cultural (editora Mil Folhas) com os textos publicados no Correio Braziliense. Foram 60 textos, agora publicados e que contam a história da passagem dos maiores artistas brasileiros pelos palcos da capital.
Durante o lançamento Irlam falou da obra: “São 40 anos trabalhando no Correio, são minhas memórias a partir da cobertura. Acho que quem ler esses textos vai lembrar de coisas que viveu naqueles shows.”
Como parte das comemorações pelos 40 anos de Correio Braziliense, o jornal publicou matéria escrita por Gabriel de Sá, que faz uma retrospectiva das minhas quatro décadas de jornalismo e mostra o trabalho de Irlam.
Assina a coluna Sons da noite no Correio Braziliense. Em janeiro de 2016 saiu de férias para retornar em 12 de fevereiro.
Atualizado em fevereiro/2016 – Portal dos Jornalistas
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