José Paulo de Andrade

    José Paulo de Andrade nasceu em São Paulo (SP), em 18 de maio de 1942. É formado em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU/SP), em 1973, anos depois de trancar a matrícula na Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo para melhor se dedicar à carreira radiofônica.
     
    Conseguiu sua primeira oportunidade de trabalho no Jornalismo no dia 1° de fevereiro de 1961. Em 2013, completou 53 anos de profissão com um só patrão, "a família Saad”, conta o apresentador, que iniciou a carreira como radioescuta da rádio América, também pertencente ao Grupo Bandeirantes, por indicação de Atílio Riccó, seu colega de sala no Ginásio e Colégio Pasteur. “Fui pra ver qual era e acabei gostando”, conta. O Direito, então, ficou de lado e Andrade enveredou de vez no mundo do rádio.
     
    Chegou à Rádio Bandeirantes AM 840 em fevereiro de 1963, onde atuou também no Esporte, como narrador. Paralelamente, chegou a apresentar um programa matinal de variedades, de segunda a sexta-feira, na Difusora AM de Jundiaí (SP), com Plínio Vicente, durante alguns anos. De 1977 a 1994, foi diretor do Departamento de Jornalismo da Rádio Bandeirantes, em um período conturbado da política brasileira. Após sofrer um enfarto, foi obrigado a diminuir o ritmo de trabalho e manteve somente a função de apresentador. Dono de um estilo combativo, já se indispôs no ar com entrevistados notórios, como Orestes Quércia e Jânio Quadros.
     
    Também se tornou referência na telinha. Com a inauguração da TV Bandeirantes, em 1967, mais um veículo passou a fazer parte de sua vida. Começou como anunciante e depois foi narrador do programa de luta livre Campeões do13. O próximo passo foi como âncora de telejornais como Band Cidade e Jornal de São Paulo.
     
    Passou a apresentador do Jornal da Bandeirantes Gente – no ar desde 1977. Ele já dividiu a bancada com Joelmir Beting (1936-2012) e em 2013 continua no dia a dia ao lado de Rafael Colombo e do antigo companheiro Salomão Ésper, que trabalha ao lado do amigo desde 1961.
     
    Dentre as milhares de coberturas jornalísticas, ele destaca algumas do sindicalismo durante a época da ditadura. “A rádio Bandeirantes era a única que colocava o Lula ao vivo; as outras só entravam com material gravado. Era arriscado, por causa da censura, e até hoje o Lula reconhece a nossa postura”, conta. “Também lideramos um movimento para a imprensa poder divulgar informações durante a ‘Diretas Já’”, relembra.
     
    Completa, em abril de 2013, quarenta anos no comando de O Pulo do Gato, um dos programas de maior audiência do rádio brasileiro. É o programa que está ininterruptamente há mais tempo no ar. “Quando penso que estava com 30 anos quando comecei [a apresentar o programa], levo um susto. Como passou depressa! E não pesou, cada dia é como se fosse o primeiro. O segredo é não perder o entusiasmo”, diz ele. E completa afirmando que o segredo é “entusiasmo e amor". Procurei sempre me atualizar e ter os mais jovens como referência. No Jornalismo, cada dia há um novo desafio, uma atração. O programa se repete, mas os fatos, não”.
     
    Com a marca dos 50 anos de Band conquistados, ganhou uma homenagem dos colegas de bancada Rafael Colombo, Salomão Ésper e Thays Freitas durante a edição do dia 4 de fevereiro de 2013, do Jornal Bandeirantes Gente. A edição especial apresentou uma retrospectiva de sua vida pessoal e profissional com áudios de coberturas marcantes, como no dia em que reportou o milésimo gol do Rei Pelé, em 19 de novembro de 1969. Além disso, foi entrevistado pelas outras rádios do Grupo: a BandNews FM, SulAmérica Trânsito e Bradesco Esportes FM e ganhou ainda, uma festa dos colegas da redação.
     
    O segredo do sucesso para manter a excelência jornalística nesses últimos 50 anos, ele não esconde. O âncora conta que o importante é se manter atualizado. “Jornalista não tira férias, não pode ficar alheio aos acontecimentos por um dia sequer. Eu leio, leio, leio sem parar”, diz.
     
    Segue à frente do Jornal Bandeirantes Gente (de segunda a sábado, das 8 às 10 horas) e de O Pulo do Gato (de segunda a sábado, das 5h30 às 7 horas). A atração começa às 5h30 da manhã, mas, segundo ele, levantar cedo deixou de ser um sacrifício há muito tempo. “Para acordar os ouvintes, preciso estar de pé mais cedo ainda. Meu despertador toca às 4 horas”, diz.
     
    Foi eleito pela revista Veja SP, em 2009, como uma das pessoas que são a cara de São Paulo e, em 2012, pelo Jornalista&Cia como um dos ícones do Jornalismo Brasileiro. Prestes a completar 70 anos, ele dispensa o título de ícone do rádio e diz que se vê como um “operário da comunicação”. Questionado se ainda tem um sonho profissional a alcançar, ele se diz feliz com a trajetória. “Eu acho que já é uma grande coisa manter o que foi conquistado. Neste ponto, sou conservador”, afirma.
     
    É torcedor do São Paulo Futebol Clube, do qual é sócio desde 1958 e onde já chegou a atuar como conselheiro em dois mandatos, entre 1990 e 1998.
     
     
    Atualizado em fevereiro/2013 – Portal dos Jornalistas
    Fontes:
    J&Cia de 11/4/2012 – Os 39 anos do Pulo do Gato
    Crédito das fotos: Vanessa Lorenzini/Rádio Bandeirantes