Marcelo Teixeira – ?Sou da turma daqueles caipiras que resolvem deixar suas pequenas e simpáticas cidades em busca de algo um pouco mais divertido. Nasci em Jacarezinho, norte do Paraná, onde fiquei até decidir que queria ser jornalista, rumando aos 17 anos para a Universidade Estadual de Ponta Grossa (sul paranaense). Ansioso para botar a mão na massa, logo no primeiro ano da faculdade tive meu primeiro emprego, repórter no Diário dos Campos, o jornal mais antigo do Paraná. Quando comecei por lá, em 1988, o jornal ainda utilizava linotipia. Freqüentemente datilografava meus textos em meio ao barulho da serra cortando madeira para os clichês. Bom exercício para manter a concentração. Também levei respingos de chumbo derretido, tentando fazer os originais chegarem ao operador da linotipo. Logo após a faculdade, comecei na Folha de Londrina como repórter de uma das sucursais do jornal. Bons tempos, percorrendo com o carro da reportagem boa parte do norte paranaense. A parte ruim era passar as matérias por Telex! Nessa época passei também por O Estado do Paraná. Em 1994, a comichão retornou. Pedi demissão e aceitei um frila fixo em? Boa Vista, capital de Roraima. Fiquei lá seis meses, participando do projeto de cobertura nacional das eleições daquele ano, realizado pela Folha de S.Paulo. Terminado o trabalho, embarquei no início de 1995 para os Estados Unidos. Aprendi inglês, viajei, fiz bicos. E estudei Economia e Relações Internacionais na Universidade de Harvard, onde enfiei cada tostão que ainda possuía (o que restou acabei torrando na Europa antes de voltar ao Brasil). De volta a São Paulo, passei pela Folha, primeiro como repórter da Agência, depois como redator do caderno Mundo. A onda da internet também me pegou e deixei a Folha para conduzir um projeto de um portal do mercado de trigo. Foram três anos na companhia de agrônomos e traders, de grande aprendizado. Lógico que o portal faliu, mas fiquei nas commodities, coordenando, atualmente, o serviço em português da Reuters para o setor. Também gosto de meio ambiente. Fiz um curso de dois meses sobre Jornalismo Ambiental no Instituto Internacional de Jornalismo, em Berlim, Alemanha, e cobri quatro conferências da ONU sobre Mudança Climática (Efeito Estufa), em Bonn, Alemanha; Haia, Holanda; Marrakesh, Marrocos; e Nova Délhi, Índia.? Editor de Commodities da Reuters Brasil em São Paulo, SP.
Extraído do livro Jornalistas Brasileiros – Quem é Quem no Jornalismo de Economia (Mega Brasil/Call Comunicações, 2005).