Maria Christina Carvalho nasceu em São Paulo, SP, e formou-se em Jornalismo na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), em 1974.
Ainda na escola, começou a fazer estágio para obter experiência prática. O primeiro trabalho foi no jornal O Dia, no Bom Retiro, em São Paulo.
Alguns meses depois estava no Notícias Populares. O primeiro cargo foi de editora e única jornalista da editoria de Internacional. Era a época da guerra do Vietnã e ela queria noticiar o que estava acontecendo, como os outros jornais, mas o secretário de Redação só deixava publicar notícias de furacões e terremotos. Foi a primeira lição: cada veículo tem seu próprio foco.
Conseguiu mudar para a editoria de Geral para fazer reportagem como sonha todo “foca”. Cobriu muito buraco de rua, briga trabalhista e emissários do além.
Um ano depois, foi para as revistas técnicas da Editora Abril para trabalhar na Máquinas e Metais, com o editor Walter Clemente. No final da década de 70, já estava na Comércio Exterior, com José Elias Gonçalves Neto.
Se o Jornalismo de Política ainda estava cerceado, na época, o de Economia estava a pleno vapor. Era a época dos grandes planos setoriais de investimento do Estado, expansão do comércio exterior e crescimento industrial.
Em 1982, Walter Clemente a chamou para ser subeditora de Finanças na Gazeta Mercantil. A primeira recomendação do então secretário de Redação, Matias Molina, foi: ‘Fique de olho no México’. Não deu outra. Alguns meses depois, o México quebrou, arrastando com ele o Brasil e vários outros emergentes.
Apesar de ter trabalhado em revistas especializadas, a jornalista não entendia de Finanças. Fez, então, todo curso que aparecia pela frente de Jornalismo de Economia, leitura de balanço, macroecononomia, bolsa de valores, mercado de câmbio, derivativos etc. Só de matemática financeira foram cinco, na esperança de adquirir algum conhecimento por insistência.
Ficou na Gazeta Mercantil até 2003, passando de subeditora de Finanças a editora de Investimentos, editora de Nacional e, finalmente, editora de Finanças, quando Ângela Bittencourt deixou o jornal.
Em março do mesmo ano, passou editora de Finanças do jornal Valor Econômico. Chamada inicialmente para ser repórter da editoria, sob o comando da Ângela Bittencourt, acabou entrando como editora porque, nesse meio tempo, a Ângela resolveu trabalhar no exterior e deixou o jornal.
A Vera Brandimarte e o Celso Pinto não só mantiveram o convite, como fizeram um upgrade. As matérias que se destacam na opinião da jornalista foram: “uma que falava dos ganhos ocultos dos bancos com a compra de bancos estaduais privatizados com crédito tributários principalmente, mas também carteiras de títulos públicos. Foi até citado no livro do Bernardo Kucinski sobre privatização. Teve inclusive um banqueiro que ligou depois para dizer que a matéria ‘não combinava comigo!’ nem com o estilo da Gazeta Mercantil. Ele achou que estava fazendo uma crítica; eu me considerei elogiada! Outra matéria foi sobre o ganho dos bancos, especialmente estrangeiros, com a deavalorização do câmbio em 1999. Teve banco que ganhou em um mês muito mais do que no ano anterior inteiro.”
Assumiu a editoria de opinião do Valor, onde permaneceu até maio de 2013.
Atualizado em maio/2013 – Portal dos Jornalistas.
Fonte:
Extraído do livro Jornalistas Brasileiros – Quem é Quem no Jornalismo de Economia (Mega Brasil/Call Comunicações, 2005).
J&Cia 898 – 24/05/2013