Mariluce Moura

    Diplomada em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Mariluce Moura é mestra e doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    É baiana, iniciou a sua carreira jornalística em 1969, no mesmo ano em que começou a graduação, atuando como jornalista de economia por muitos anos.

    Durante o período da ditadura no Brasil Mariluce Moura foi presa e torturada pelos agentes da repressão em Salvador em 1973, estava grávida. Acabou sendo também demitida de sua função no Departamento de Comunicação da UFBA.

    Sobre o período, relembra: “Meu marido foi preso e assassinado no mesmo ano. Em 1974, fui julgada e absolvida pela Justiça Militar, portanto eu era uma cidadã livre. Prestei concurso público e fui aprovada como professora da UFBA. Mas por uma determinação do Ministério da Educação, meu vínculo com a universidade foi cortado em 1975. A ditadura negou o meu direito de ter uma carreira acadêmica. Direito conquistado com mérito, após aprovação em concurso público”. A professora conseguiu recuperar o seu emprego 40 anos depois.

    Deixou a editoria de economia para se dedicar ao jornalismo científico a partir de 1988. Em 1989 passou a viver em São Paulo. Trabalhou em várias publicações. Foi repórter e editora no Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia, O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Exame, Senhor e Isto É.

    No final dos anos 1980 foi assessora de comunicação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e também atuou como assessora de comunicação da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo, em 1990.

    No ano de 1995 implantou o setor de comunicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do qual foi gerente até julho de 2002. Lá criou uma das mais importantes revistas de divulgação científica brasileira, a Pesquisa FAPESP, que dirigiu entre 1999 e 2014.

    Nos últimos dois anos (2013/14) ela começou a frequentar mais a Bahia com o propósito de lançar a revista Bahiaciência, no mercado baiano visando incluir no debate sobre o desenvolvimento do estado os temas da produção local, do conhecimento científico, da tecnologia e da inovação.

    Foi presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico e desenvolveu, em parceria com o grupo de pesquisa Labjor, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um projeto multimídia de difusão científica no país, voltado ao público de 14 a 25 anos, que denominou Ciência na rua.

    Em sessão da Comissão de Anistia realizada em outubro de 2015, em homenagem ao Dia do Professor, foi oficializado o pedido de desculpas do governo brasileiro aos professores perseguidos durante a ditadura militar. A comissão reconheceu o período em que a prof.ª Mariluce Moura ficou afastada de seu emprego e, através de Portaria do Ministério da Justiça, lhe concedeu o direito de ser reintegrada à UFBA. O Governo brasileiro fez pedido de desculpas à professora.

    Em 18 de dezembro de 2015 em uma solenidade foi realizada a reintegração de Mariluce Moura à Universidade Federal da Bahia, na Reitoria da UFBA. “Vejo com muita alegria e prazer esse momento. Passados 40 anos, é como se eu pudesse fazer o resgate de algo que conquistei e que foi violentamente tomado de mim. É muito significativo estar de volta neste momento em que a UFBA se prepara para comemorar os seus 70 anos e se propõe a fazer uma reflexão sobre si mesma”, concluiu.

    Retornou à Bahia após a sua reintegração à universidade com a decisão do processo de anistia no final de 2015.

    Em 2016 segue também como diretora-presidente da Aretê Editora e Comunicação Eireli.

     

    Atualizado em Janeiro/2016 – Portal dos Jornalistas

    www.revistapesquisa.fapesp.br

    www.bahiaciencia.com.br

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