Paulo José de Hespanha Caruso nasceu em São Paulo (SP), no dia 6 de dezembro de 1949. Formou-se em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), em 1976. É irmão gêmeo univitelino de Chico Caruso, como ele também caricaturista, ilustrador, chargista, jornalista e músico.
Iniciou-se como chargista no final da década de 1960, no Diário Popular (SP), colaborando também para o tabloide Movimento (SP). Lançou a tira de quadrinhos Pô, na Folha da Tarde (SP). Logo passou a colaborar para O Pasquim (RJ), destacando-se em 1970, quando a maior parte da redação do hebdomadário foi presa pelo regime militar.
Em 1981, com Alex Solnic, começou a publicar a página de humor Bar Brasil na revista Careta (SP) e, logo depois, na revista Senhor (SP). Mudou, em 1988, para a revista IstoÉ (SP), assinando a página Avenida Brasil, escrevendo à quente a história política do País das décadas de 1980 e 1990. Desenhou também para a revista Veja (SP) e o jornal Folha de S.Paulo (SP) e revistas especializadas em Humor, como Circo (SP), Chiclete com Banana (SP), Geraldão (SP) e Pasquim 21 (RJ).
Publicou, na época, com Alex Solnic, os livros Ecos do Ipiranga: O grito que não houve (Paz e Terra, 1984), Bar Brasil (L&PM, 1985) e Bar Brasil na Nova República (L&PM, 1986). Com Rafic Jorge Farah lançou As Origens do Capitão Bandeira (L&PM, 1983) e, sozinho, As Mil e Uma Noites (Circo, 1985), além da série Avenida Brasil: A Transição Pela Via das Dúvidas (Mil Folhas, 1989), A Sucessão Está nas Ruas (Mil Folhas, 1990), O Bonde da História (Mil Folhas, 1991), Assim Caminha a Modernidade (Globo, 1992), Se Meu Fusca Falasse (Globo, 1993), O Circo do Poder (Globo, 1994), O Conjunto Nacional (Globo, 1996), Se meu Rolls-Royce Falasse (Devir, 2006) e Enfim um País Sério (Devir, 2010).
Passou a publicar suas charges e caricaturas na revista Época (SP), a colaborar com a revista Imprensa e, desde 1986, a desenhar ao vivo durante as entrevistas realizadas pelo programa Roda Viva, na TV Cultura (SP). Paralelamente, mostrou seu lado musical, dedicando-se à composição e à produção de espetáculos teatrais. Apresentou-se, ao lado do irmão, no Salão Internacional de Humor de Piracicaba 1985 com a banda Muda Brasil Tancredo Jazz Band – que chegou a contar com a participação de Cláudio Paiva, Aroeira, Luís Fernando Verissimo, Mariano, Fernando Barros, Pedro Barros e Sérgio Gama – interpretando músicas de cunho humorístico e satírico.
Em 1990, participou da organização do Encontro Brasil x Argentina de Humor, realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo, que contou com a presença dos mais influentes artistas do gênero entre os dois países. Foi premiado em 1997 no Salão Carioca de Humor da Casa de Cultura Laura Alvim e no Salão Internacional do Desenho de Imprensa em Porto Alegre. Voltou a desenhar a página Avenida Brasil na Revista de Domingo do Jornal do Brasil (RJ).
Expôs no Museu de Arte de São Paulo (Masp) em 1991, junto com Chico Caruso. Pela exposição, recebeu o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (Apca) 1991, na categoria Melhor Desenhista. Lançou, com Chico Caruso e o Conjunto Nacional, os CDs Pra Seu Governo (Dabliu, 1998) e E La Nave Va (Som Livre, 2001), este gravado ao vivo no Mistura Fina da Lagoa, no Rio de Janeiro.
Publicou a coletânea de charges publicadas pela Folha de S.Paulo sobre a corrida presidencial, intitulada Grande Prêmio Brasil: No Galope do Ibope (Gráfica Bandeirantes, 2002), uma cartilha ilustrada sobre o Novo Código Civil Brasileiro (Imprensa Oficial, 2003), Piracicaba: 30 anos de Humor (Imprensa Oficial, 2003), contando a história do mais antigo e festejado salão de humor do país, e São Paulo por Paulo Caruso: Um Olhar Bem-Humorado sobre esta Cidade (M&M Comunicação, 2003), este dentro das comemorações aos 450 anos da metrópole, pelo qual recebeu o Trófeu HQ Mix 2005. No mesmo ano foi homenageado com o Prêmio Angelo Agostini, pelo conjunto da obra.
Realizou a instalação Altos e Baixos do Baixo Clero no Poder, durante o Salão Internacional de Humor de Piracicaba 2006. Ilustrou o Manual do Direito do Entretenimento (SenacSP, 2009) e Direito do Entretenimento na Internet (Saraiva, 2014), ambos organizados por Andrea Francez. Expôs na mostra Mão da América, que a Fundação Memorial da América Latina promoveu entre janeiro e fevereiro de 2011 em homenagem aos 103 anos de Oscar Niemeyer (1907-2012). Lançou ainda Desenhando Longe: Cadernos de Viagem – EUA Copa (Imprensa Oficial, 2014).
Passou a apresentar na rádio Eldorado (SP) a série A Cara do Jazz, que teve 128 programas. Lançou, com Chico Caruso e Aroeira e Seus Amigos, o CD 30 Anos de Democracia: Que país é este? (Cedro Rosa, 2015), que serviu de base para o espetáculo de mesmo nome apresentado em diversas cidades brasileiras.
Participou, como ilustrador, dos livros Contos de Pânico (Marco Zero, 2004) e A Cidade e Suas Histórias (Lazuli, 2005), de diversos autores, além de Gol e Orgasmo (Unisul, 2010), de Celso Vicenzi, Diário de Um Magro (Planeta do Brasil, 2011), de Mário Prata, Histórias de Humor Para Quem Está de Bem Com a Vida: Ou quer ficar (Claridade, 2011), de Luiz Loureiro, A Declaração dos Direitos Humanos: 30 artigos ilustrados por 30 artistas (Instituto Vladimir Herzog, 2014), e Memórias Embaralhadas: Damas de espada e valetes de ouro (MG Editorial, 2016), de Leonel Prata. Ilustrou ainda a capa do CD do violinista Perez Dworecki, Gaiato (CPC-Umes, 2005).
Possui trabalhos no Museu da Sátira e Caricatura da Basiléia (Suíça) e também participou de outras exposições do gênero na França, na Itália e nos Estados Unidos.
Atualizado em janeiro de 2017
Fontes: