Pedro Bial

    Pedro Bial nasceu em 29 de março de 1958, no Rio de Janeiro (RJ), e formou-se em Comunicação Social/Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PucRJ), em 1980.
     
    Queria, na verdade, ser cineasta – já havia feito alguns curtas-metragens e documentários semi-amadores – e somente pensou em trabalhar na televisão para se treinar como editor de imagens, permanecendo atrás das câmeras. Assim, em 1981, após fazer um curso de formação em Telejornalismo, ingressou na Rede Globo, em Salvador (BA). Depois de passar dois meses atuando como editor na TV Aratu (BA), afiliada local, voltou ao Rio para editar matérias do Jornal Hoje e do Jornal das Sete. Como fotografava bem e tinha boa voz, foi convencido a tornar-se telerrepórter. Saiu-se bem e, a partir de 1983, começou a substituir a apresentadora Leda Nagle nas entrevistas especiais exibidas pelo telejornal Hoje aos sábados.
     
    Trabalhou como repórter exclusivo do Globo Repórter de 1984 a 1988, quando foi convidado por Walter Clark (1936-1997) para apresentar um programa de auditório na recém-inaugurada TV Continental (RJ). Disposto a aceitar, ouviu de Armando Nogueira a contraproposta da Rede Globo: assumir o cargo de correspondente em Londres (Inglaterra).
     
    Viveu oito anos no Reino Unido. Durante o período, cobriu a crise do Leste Europeu, a reunificação da Alemanha, em 1990, a libertação do líder sul-africano Nelson Mandela (1918-2013), as guerras da Bósnia e do Golfo, em 1991, a guerra civil em Angola e o fim da União Soviética, em 1991, entre outras grandes reportagens. O grande momento foi em 1989, quando conseguiu entrevistar o polonês Lech Walesa, então líder do Sindicato Solidariedade.
     
    Algumas vezes voltou ao Brasil para participar de coberturas especiais, como as dos shows do Rock In Rio II e a da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Eco 92). Durante a cobertura da guerra civil iugoslava, em 1992, perdeu parte da audição do ouvido esquerdo em Sarajevo (Bósnia e Herzegovina). Ao entrevistar um grupo de beduínos no deserto da Jordânia, foi convidado para jantar, e teve de comer um olho de carneiro, seguindo as tradições locais.
     
    Em 1995, coordenou e apresentou o Contagem Regressiva, programa dividido em 12 episódios sobre a história do Brasil e do mundo, abordando temas como sexo, esportes, guerras, ecologia, culto ao corpo, violência, religião, informática, terrorismo e vida urbana. No mesmo ano, apresentou um especial em cinco episódios sobre os Beatles e comandou a Retrospectiva 95.
     
    Como parte da reformulação sofrida pelo Jornalismo da TV Globo, voltou definitivamente ao Brasil em 1996 para ser o apresentador do Fantástico, ao lado de Fátima Bernardes. Participou da cobertura das Copas do Mundo de Futebol dos Estados Unidos 1994, da França 1998, da Coreia/Japão 2002 e da Alemanha 2006. A partir da copa francesa, passou a ancorar o Fantástico direto dos países-sede. Após os jogos da seleção brasileira, lia crônicas que eram ilustradas por imagens da cobertura da Globo e exibidas no Jornal Nacional ou no Fantástico.  Também cobriu os Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 e de Atlanta 1996
     
    Em dezembro de 2000, apresentou a primeira temporada do Brava Gente,  série de adaptações de obras da literatura e do teatro. A partir de 2001, comandou o Espaço Aberto, na GloboNews, entrevistando nomes ligados à Literatura. Ficou três anos no programa e conversou com escritores e poetas como Nélida Piñon, Dias Gomes (1922-1999), Ariano Suassuna (1927-2014), Jorge Amado (1912-2001), Zélia Gattai (1916-2008), Mário Vargas Llosa e Adélia Prado.
     
    Entre 2002 e 2016, apresentou o reality show Big Brother Brasil. Em 2003, junto com Glória Maria fez uma entrevista exclusiva com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Exibida no Fantástico com o nome Intimidade com o poder, a entrevista aconteceu logo no início do primeiro mandato e captou o clima de euforia dos brasileiros com a chegada do ex-operário à Presidência do País. Em janeiro de 2006, voltou a entrevistar Lula, em circunstâncias diferentes, quando o governo estava envolvido no escândalo do mensalão.
     
    Em 2005, foi o profissional escolhido para apresentar, ao vivo, o programa especial em comemoração dos 40 anos da emissora. Em abril de 2005, viajou como enviado especial à Polônia, para a cobertura da morte do papa João Paulo 2° (1920-2005), e entrevistou novamente Lech Walesa.
     
    Entre julho e outubro de 2006, foi o âncora da Caravana JN.  À bordo de um ônibus trailler, no comando de uma equipe de 15 pessoas, visitou o Distrito Federal e os 26 estados do País, percorrendo 15 mil quilômetros. A cada 15 dias, sempre às segundas-feiras, ganhava a companhia de William Bonner ou de Fátima Bernardes em uma das cidades visitadas. Durante a viagem,  fez a série de reportagens Desejos do Brasil, mostrando os anseios e esperanças do povo brasileiro, que foi exibida de segunda-feira a sábado no JN. Em 2007, apresentou e dirigiu, com os escritores Eduardo Bueno e João Carrascoza, a série É muita história, que revisitou episódios famosos da historiografia oficial de forma bem humorada.
     
    Foi enviado aos Estados Unidos, em 2007, para colaborar na cobertura das eleições presidenciais que resultaram na vitória do presidente Barack Obama. Em julho de 2012 começou a apresentar o Na Moral, debatendo questões contemporâneas que afetam o nosso dia a dia. O programa durou até 2014.
     
    No canal GNT, lançou em setembro de 2016 o Programa com Bial, no qual entrevista mulheres brasileiras que se sobressaem em suas atividades, principalmente na cultura, exibido nas noites de domingo.
     
    Além do Jornalismo, sempre desenvolveu projetos paralelos. Por conta de sua forte ligação com a Poesia, está sempre participando de grupos de poetas. O resultado disso estão, em parte, em O Livro dos Camaleões (Anima, 1985), com poemas seus e de Claufe Rodrigues e Luiz Petry, e Ver o Verso Em Mãos (Verso, 2000), que publicou em coautoria com Mano Melo, Alexandra Maia e Claufe Rodrigues. No audiobook A Poesia de Abel Silva (Luz da Cidade, 2003), fez parte do time de declamadores. Solo, lançou Mensagem aos Brothers (Agir, 2014), com poesias em prosa.
     
    Narrou o audiobook 1882, de Laurentino Gomes (PlugMe, 2011).Traduziu, da jornalista americana Mary Schmich, o livro Filtro Solar (Sextante, 2004), lançado depois do sucesso de um compact disc onde, ao lado de outros artistas, marra o texto de Schmich ao som de trilhas musicais de lounge music, lançado pela Sony Music em 2002. Fez parte do time da antologia Tarja Preta (Objetiva, 2005). Colaborou com o livro O Mundo É Um Palco (Edições de Janeiro, 2016), organizado por Joaquim Falcão.

     
    No campo dos livros-reportagens, publicou em coautoria com Renée Castelo Branco Leste Europeu: A Revolução ao Vivo (Objetiva, 1990). Além disso, solo, vieram Crônicas de Repórter (Objetiva, 1996) e a biografia Roberto Marinho (Zahar, 2004).
     
    Não deixou de lado o sonho de ser cineasta. Dirigiu o filme Outras Estórias (1999), os documentários Os Nomes do Rosa: Veredas do Sertão Mineiro (1996), e Jorge Mautner: O Filho do Holocausto (2012), além dos curtas-metragens Retrato Recente (1980) e Marina (2003). Apareceu também fazendo pontas em filmes, como em Fonte da Saudade (de Marco Altberg, 1986), Como Ser Solteiro (de Rosane Svartman, 1998), Irma Vap: O Retorno (de Carla Camurati, 2006), Desenrola (de Rosane Svartman, 2010), Malu de Bicicleta (de Flávio R. Tambellini, 2010), Raul, o Início, o Fim e o Meio (de Walter Carvalho, 2010) e As Aventuras de Agamenon, o Repórter (de Victor Lopes, 2012). Fez, ainda, locução em A Revolta do Videotape (de Rogério de Moura, 2001).
     
    Para o teatro, assinou o texto da peça Chacrinha, o Musical, que estreou no final de 2014.
     
    Fez parte, em 2014, da relação de Os 100+ Admirados Jornalistas Brasileiros, apurada pela J&Cia e a Maxpress.
     
     
    Atualizado em setembro de 2016
     
    Fontes: