Rosental Calmon Alves nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1952. Formou-se bacharel em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj/RJ), na turma de 1977.
Militante em jornais alternativos do movimento estudantil, começou a carreira jornalística em 1968, como estagiário na redação de O Jornal (RJ), dos Diários Associados, aos 16 anos. Mudou-se para Vitória (ES) em 1969, onde trabalhou em diversos jornais da cidade. Voltando ao Rio de Janeiro, foi repórter das rádios Tupi e Nacional e da revista IstoÉ. Aos 21 anos já atuava como professor de Jornalismo, cargo que ocupou na Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ) e na Universidade Gama Filho (UGF/RJ). Em 1973 entrou para o Jornal do Brasil (RJ), onde desenvolveu boa parte de sua carreira.
Durante 23 anos, trabalhou como repórter, redator, editor e diretor do JB, com uma interrupção entre 1984 e 1985, quando foi editor-assistente da revista Veja (SP). Passou também, paralelamente, pela rádio Jornal do Brasil (RJ), nos anos 1970. Foi, por mais de uma década, correspondente internacional do grupo JB, sediando-se em Madri (Espanha), por duas vezes em Buenos Aires (Argentina), na Cidade do México (México) e em Washington (EUA), atuando sempre como repórter itinerante, cobrindo crises, rebeliões, golpes militares, revoluções, guerras e terremotos. Chamava a atenção dos colegas pela habilidade com que operava uma nova tecnologia, o telex – equipamento de comunicação precursor do fax e do e-mail, bastante usado então – o que lhe rendeu o apelido de Rosentelex, segundo William Waack.
Foi, em 1987, o primeiro brasileiro a ser aceito como bolsista da Fundação Nieman para Jornalismo da Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts (EUA), uma das mais prestigiadas do mundo, onde teve contato com novas tecnologias e com os primórdios da revolução digital. De volta ao Brasil, atuando como diretor do JB, em 1991, criou o primeiro serviço brasileiro de notícias financeiras em tempo real do País, via computador: o Sistema Instantâneo de Notícias da Agência JB, uma parceria entre o grupo jornalístico e a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Dirigiu o lançamento do JB Online, em 1995, a primeira edição de Internet de um jornal brasileiro.
Em 1996, quando atuava como editor-executivo do Jornal do Brasil, leu um classificado na revista The Economist oferecendo um cargo de professor de Jornalismo na Universidade do Texas, em Austin (EUA). Depois de concorrer pela vaga com outros 200 candidatos, tornou-se o primeiro titular da Cátedra John S. and James L. Knight em Jornalismo da entidade, criada para atrair jornalistas profissionais para a academia.
Instituiu, em 1997, o curso de Jornalismo Online na universidade, onde comanda ainda a Cátedra Unesco em Comunicação. Desde 1999, medeia o Simpósio Internacional de Jornalismo Online na Universidade do Texas, conferência anual que reúne profissionais e estudantes do mundo todo. Em 2002, participou da instalação do Centro Knight de Jornalismo nas Américas, um dos mais bem-sucedidos projetos para incentivar as boas práticas de reportagem nas Américas e em todo o planeta. É diretor do centro. Dedica-se a três áreas de ensino e pesquisa: Reportagem Internacional, com ênfase no trabalho dos correspondentes estrangeiros; Jornalismo na América Latina, com ênfase na luta pela liberdade de imprensa no hemisfério, e Jornalismo Online, que explora a criação de um novo gênero do Jornalismo desde a popularização da web. Também atua como consultor de jornais, dá conferências e workshops em vários países.
Faz parte da diretoria de várias organizações internacionais dedicadas ao Jornalismo, como a do Prêmio Maria Moors Cabot da Universidade de Columbia (EUA), a do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, a do Centro Latino Americano de Jornalismo, a da Fundação para um Novo Jornalismo Ibero-Americano e a do Instituto de Mídia e Paz da Universidade das Nações Unidas. Participa da publicação do blog trilíngue Jornalismo nas Américas, que cobre temas relacionados com a imprensa na América Latina e no Caribe.
Foi definido pelo diário espanhol El País, sem setembro de 2000, como “o grande teórico do Jornalismo na web, grande guru ibero-americano do advento da Internet, homem adiantado ao seu tempo”.
Foi o organizador do seminário Jornalismo Investigativo: Ética, Técnicas e Perigos, realizado em 2002 no auditório Freitas Nobre do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP/SP), que reuniu 140 profissionais e foi determinante para a criação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Os jornalistas argentinos também exaltam a sua atuação na criação do Foro de Periodismo Argentino (Fopea), criado no mesmo ano.
Em 2011, foi homenageado, pelo Conjunto da Obra, durante o 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. Depois de fazer parte do júri da premiação entre os anos 2000 e 2009, foi um dos vencedores do Prêmio Maria Moors Cabot 2016, promovido pela Escola de Jornalismo da Universidade Columbia, de Nova York (EUA), e oferecido a jornalistas e organizações que promovem o entendimento interamericano por meio de reportagens e de trabalho editorial. Terminou o ano no Top 3 dos +Premiados Jornalistas Brasileiros do Ano, segundo apuração do J&Cia.
Resumiu assim a si próprio: “Não tenho sangue nas veias, tenho tinta”.
Atualizado em setembro de 2016
Fontes: