(Paranaguá/PR, 24 de maio de 1943 / Florianópolis/SC, 10 de agosto de 2013)
Ruy Fernando Barboza, nasceu em Paranaguá, PR, é formado em direito pela FD-USP – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, SP, em psicologia pela USM – Universidade São Marcos/São Paulo, SP, e é pós-graduado em comunicação pela ECA/USP – Escola de Comunicações e Artes – Universidade de São Paulo.
Formou-se também em Psico-Oncologia (pelo Cancer Support and Education Center, da Creighton Health Foundation, California) em Análise Bioenergética, sendo CBT (Certified Bioenergetic Therapist) pelo membro do IIBA – International Institute for Bioenergetic Analysis, de Nova York).
Conta que se sentiu realizado em todas essas atividades, mas que sua maior fascinação “é mesmo com o jornalismo, essa coisa fantástica que é ter a chance de levar alguma verdade às pessoas”.
Paralelamente ao jornalismo, Ruy atuou na advocacia criminal no final da década de 60, e na psicologia clínica e organizacional nas décadas de 80 e 90, tendo sido um dos fundadores e diretor técnico do Cora – Centro Oncológico de Recuperação e Apoio de São Paulo.
Antes de se formar na primeira graduação, em 1963, aos 19 anos, passou num teste de língua portuguesa e começou a trabalhar para o jornal Folha de S.Paulo, onde atuou inicialmente como redator e depois, como repórter especial.
Foi contratado, em 1969, para o cargo de secretário de redação da revista Quatro Rodas. Paralelamente, no mesmo ano foi contratado como professor pela Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, em São Paulo, cargo que exerceu até 1972.
De 1970 a meados de 1973, integrou a equipe de redação da revista Realidade, publicação marcada por adotar a linguagem literária como estilo e o jornalismo investigativo como gênero. “O período mais fascinante e rico do meu trabalho na grande imprensa foi, sem dúvida, na Revista Realidade”, garante Barboza.
De 1973 a 1975, enquanto cursava o mestrado na USP, assumiu o cargo de professor titular na UEL – Universidade Estadual de Londrina, tendo criado e implantado nesse período o Curso de Comunica&aamp;ccedil;ão Social, o Departamento de Comunicação (do qual foi o primeiro chefe) e a Editora daquela universidade, da qual foi o primeiro diretor. Em Londrina foi também editor do Jornal Panorama, para cuja redação levou jornalistas de peso de São Paulo e Rio (Narciso Kalili, Mylton Severiano, Mario Escobar de Andrade, Ricardo Gontijo, José Trajano, Hamilton Almeida Filho e outros), interessados na experiência de implantação de um grande matutino no interior do Brasil. A redação, no entanto, entrou em choque com o dono do jornal – o ex-governador Paulo Pimentel – e, seis meses depois do lançamento e de algumas edições de grande repercussão na região, a equipe desistiu do projeto. Com Narciso Kalili, Ruy ainda lançou um jornal semanal de serviços de distribuição gratuita, o Viver, que foi, segundo o próprio Ruy, “grande sucesso de crítica e de público, mas um fracasso comercial”. “A concorrência do jornal local era extremamente desleal. Éramos acusados até de financiar o movimento estudantil, e perseguidos pela policia politica, sem qualquer motivo. Não resistimos”.
Voltando a São Paulo e à Editora Abril em janeiro de 1976, ocupou, sucessivamente, os cargos de redator-chefe da revista Nova, editor de Veja e, a pedido de Mario Escobar de Andrade, que dirigia a redação da Revista do Homem, planejou e foi o primeiro redator-chefe da Playboy. “A Abril perdeu na justiça o nome Homem e resolveu lançar a Playboy no Brasil. Fui aos Estados Unidos e, em Chicago e Nova York, estudei e assimilei a maneira como os editores americanos faziam a revista. Adaptei as ideias para nossa realidade e montei um book que orientou os trabalhos da redação, da arte e da área comercial para a implantação do novo projeto. Acompanhado de perto pelo diretor editorial Thomaz Souto Correa e tendo como publisher Mário Escobar de Andrade, com quem eu já havia feito uma harmoniosa dupla na Quatro Rodas e na Realidade, o projeto caminhou muito bem. Apesar da censura, erótica mas também política, que vetava coisas demais, a ponto de, em alguns meses, fazermos três revistas para sobrar uma, em menos de um ano a Playboy brasileira já era reconhecida pelo próprio Hugh Hefner como uma das três melhores edições internacionais, ao lado da japonesa e da alemã, que eram belíssimas”.
Em 1979 foi contratado como editor da revista Exame, onde permaneceu até 1981 Paralelamente,nesse período, foi editor e apresentador de telejornais, na antiga TV Tupi, na Bandeirantes e, a partir de 1981, na TV Globo, onde ficou no Bom Dia São Paulo, até1984, quando assumiu, como editor-chefe, a programação jornalística da AbriVídeo, até 1986, Foi também o primeiro editor-apresentador da TV Unifesp, da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, de 1993 a 1996.
Aprovado em concurso público, tomou posse em 1995 como analista judiciário do TRF3 – Tribunal Regional Federal da 3.a Região, pelo qual se aposentou em 2000, mas continuou trabalhando no Tribunal, como assessor de comunicação social da presidência, cargo que ocupou até 2002.
Em 2002 aceitou um convite da revista Cláudia para, aproveitando sua experiência de psicólogo e jornalista, assinar a coluna Relações Delicadas, o que fez até 2009.
Mudou-se para Brasília e em 2010 foi diretor da rádio e TV Justiça, do Supremo Tribunal Federal. De volta a São Paulo em julho de 2011, passou a integrar a equipe da Revista Retrato do Brasil, onde acumulou o cargo de editor de texto e do blog O Retrato.
Também foi editor do blog Pensamentos Divergentes, em que publica textos próprios sobre temas gerais da atualidade.
O jornalista Ruy Fernando Barboza, de 70 anos, faleceu no final da noite de sábado (10/08/2013), em Florianópolis. Ele sofreu duas paradas cardíacas devido a complicações em uma cirurgia, foi velado nesta segunda-feira (12) no Cemitério do Araçá, em São Paulo. Ele deve ser cremado no Crematório da Vila Alpina, na Zona Leste da capital paulista. Barboza morava na Lagoa da Conceição, em Florianópolis.
Atualizado em agosto de 2013 – Portal dos Jornalistas
Fontes:
Informações cedidas pelo próprio jornalistas