Gervasio Troche nasceu em 28 de novembro de 1976 em Avellaneda (Argentina), mas possui nacionalidade uruguaia. Filho de artistas militantes do grupo de esquerda Tupamaros, veio à luz quando seus pais se exilaram do Uruguai para fugir da ditadura que se arrastaria por quase 12 anos no país. Passou a infância no México e na França, antes que a família voltasse a se estabelecer em Montevidéu (Uruguai), em 1985, onde vive hoje. Ali frequentou o Instituto Escola Nacional de Belas Artes da Universidade da República.
Tornou-se artista plástico, trabalhando em diversos campos da arte, particularmente o desenho e a ilustração. Na década de 1990, começou a distribuir fanzines independentes em Montevidéu. Passou, também, a publicar desenhos na revista de humor uruguaia ¡Berp!, publicada pelo La Republica (Uruguai). Logo começou a publicar tiras de quadrinhos e ilustrações editoriais também para o jornal, tornando conhecido o seu traço limpo de pincel fino e o estilo poético sem narrativas ou personagens fixos, criando “pequenos pontos de um mundo particular”, como disse certa vez.
O seu trabalho atraiu o interesse do jornal La Nación (Argentina), para o qual passou a colaborar. Lançou o livro de histórias em quadrinhos Mangrullo (Almacén, 2000). Apesar da baixa tiragem e de ter-se esgotado rapidamente, o trabalho – somado à sua atuação na web – aumentou ainda mais o interesse pelo artista, inclusive no Brasil. Esteve em São Paulo (SP) em julho de 2013 participando do encontro Webcomic e o futuro: Kioskerman e Troche, dentro do programa de palestras Balão de Diálogo, no Sesc Belenzinho, junto com Pablo “Kioskerman” Holmberg, outro desenhista argentino.
Lançou na Argentina o livro Dibujos Invisibles (Sudamericana, 2013), que acabou também sendo publicado na França, na Espanha e no Brasil – pela editora Lote 42, no ano seguinte, com o título Desenhos Invisíveis. Na época foi feita uma campanha de crowdfunding que resultou em uma turnê por oito cidades brasileiras para o lançamento do livro – Contagem (MG), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Carlos (SP), São Paulo (SP), Santos (SP), Curitiba (PR) e Recife (PE) – além da realizaçãoi de quatro oficinas e de algumas palestras. Já em novembro de 2014, começou a colaborar com o jornal Folha de S.Paulo (SP), inicialmente na seção Hora do Café do caderno Mercado, logo passando a ilustrar a seção Tendências/Debates do caderno Opinião, entre outros.
Lançou no Uruguai o livro Equipaje (Criatura, 2015), que saiu no Brasil com o nome de Bagagens (Lote 42, 2016). Ministrou o Curso de Desenho e Narrativa em HQ no Sesc Pompeia, em São Paulo, em fevereiro de 2015. Aproveitou a visita para criar, em quinze dias de trabalho praticamente ininterrupto, um painel de 85 m² em uma área externa do Sesc Ipiranga, intitulado Tecendo o Universo.
Realizou na Galeria Hipotética, de Porto Alegre (RS), em abril de 2016, sua primeira exposição internacional: a mostra Hablan en silencio, uma reunião de desenhos originais do autor.
Atualizado em janeiro de 2017
Fontes:
Foto de Manuel Gutiérrez Arana