Os documentaristas Renaud Philippe e Ana Carolina Mira Porto foram vítimas de pistoleiros encapuzados no município de Iguatemi, em Mato Grosso do Sul. O episódio de violência ocorreu após os profissionais tentarem registrar os ataques sofridos por indígenas durante a retomada de seu território.

Em 18/11, cerca de 30 indígenas tentaram retomar a área tradicionalmente demarcada como deles, mas ocupada por fazendas. A tentativa resultou em dez indígenas feridos e três desaparecidos. De acordo com a Agência Pública, a iniciativa foi rapidamente interrompida por pistoleiros da região. Além de sofrerem agressões, os indígenas ficaram encurralados, em cárcere privado, sem acesso a água e comida.

Na mesma semana, os documentaristas estavam cobrindo a assembleia indígena Aty Guasu, em Caarapó, quando souberam dos ataques e foram até o local. Ao lado deles, estava o engenheiro florestal Renato Farac Galata.

Em publicação de Leandro Barbosa, o trio relata que durante o ataque uma viatura da Polícia Militar passou pelo local e presenciou o crime, porém ignorou os pedidos de socorro feitos pelo grupo. Os agressores também roubaram os documentos, celulares, equipamentos, anotações e cartões de memória das vítimas.

Em nota conjunta, entidades como Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) prestaram solidariedade aos profissionais e cobraram a punição dos responsáveis.

Leia também:

0 0 votes
Article Rating
Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments