Uma corte da Turquia condenou seis réus, três deles jornalistas, à prisão perpétua por participação em uma tentativa de golpe de estado, em 2016. A decisão foi duramente criticada pela ONU e entidades defensoras da liberdade de imprensa.
Durante o julgamento, que durou um mês, os profissionais foram acusados de enviar “mensagens subliminares” em aparições na tevê e em colunas de jornais pedindo a derrubada do governo.
A decisão foi um duro golpe na luta pela liberdade de imprensa naquele país, que no momento mantém pelo menos 73 jornalistas atrás das grades, de acordo com o CPJ (Committee to Protect Journalists). A entidade ainda classificou a Turquia como o país que mais tem jornalistas presos, à frente de China e Egito.
Os profissionais condenados são Nazlı Ilıcak e os irmãos Ahmet Altan e Mehmet Altan. A decisão contraria inclusive uma ordem do principal tribunal do País, que chegou a decidir pela liberação de Mehmet depois ter encontrado no mês passado evidências de que a prisão havia violado direitos constitucionais dele.
“A decisão do tribunal que condenou os jornalistas, sem apresentar provas substanciais de seu envolvimento na tentativa de golpe ou garantir um julgamento justo, ameaça criticamente o jornalismo e com isso a liberdade de expressão e de mídia na Turquia”, destacou David Kaye, relator especial das Nações Unidas sobre liberdade de opinião e expressão.
* Com informações do The Guardian