
A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da comarca de São José dos Campos (SP), determinou a censura prévia de um livro-reportagem sobre Suzane Von Richthofen e o assassinato de seus pais, pelo qual ela foi condenada. A obra, de Ulisses Campbell, tinha previsão de lançamento para janeiro.
A juíza proibiu a publicação, divulgação e comercialização do livro sob a justificativa de que “não é de interesse público e expõe a presa a inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena”. Segundo ela, também pesaram na decisão os fatos de que o livro apresenta dados sigilosos sobre a vida e o assassinato que envolvem Von Richthofen, e de que Campbell não obteve autorização para expor a história dela.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou a decisão da juíza e afirmou que se trata de uma “grave ameaça à liberdade de expressão e uma inaceitável violação da Constituição Federal”. Ainda segundo a nota, “o argumento de que a divulgação de informações sigilosas por meio do livro seria ilícita, por sua vez, é absurdo: o dever de sigilo é de servidores públicos que têm acesso a informações resguardadas, não de jornalistas que as obtenham”.