A Justiça do Amazonas censurou e obrigou a retirada de reportagem da Amazônia Real sobre o evento Amazon Immersion, realizado em um iate em 2021, que em plena pandemia de Covid-19 reuniu dezenas de brasileiros e estrangeiros em uma viagem para visitar comunidades indígenas no entorno de Manaus. A decisão é em caráter liminar e não julga o mérito da ação.
A 10ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho da Comarca de Manaus acatou pedido dos empresários Waldery Areosa Ferreira, Daniel Henrique Louzada Areosa e da empresa WL Sistema Amazonense de Turismo. Eles alegam que a reportagem associa o nome deles como organizadores do evento, que não foram consultados antes da divulgação das informações, e que a reportagem tem conteúdo difamatório e calunioso que ataca a honra, reputação e imagem deles.
A Amazônia Real tinha apresentado um recurso contra a decisão judicial por entender que ela viola o exercício da liberdade de imprensa e que a reportagem era lícita e de interesse público. Mas a desembargadora relatora do recurso, Onilza Abreu Gerth, concordou com os argumentos trazidos pelo juízo da 10ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho da Comarca de Manaus, de que a publicação continha “informações inverídicas”.
Para Kátia Brasil, cofundadora e editora executiva da Amazônia Real, a decisão é uma violação de direitos da liberdade de imprensa: “A agência Amazônia Real ser censurada por um empresário, acusado de diversos processos, e em plena democracia é algo que eu jamais imaginava acontecer. Essa decisão judicial não fere só a liberdade de imprensa, fere toda a mídia independente e investigativa brasileira que exerce o jornalismo para tornar os cidadãos deste país pessoas livres de amarras e de desinformação”, afirmou.