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sexta-feira, novembro 22, 2024

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Justiça decreta falência do Diário de S.Paulo, mas tenta evitar sua morte

Equipe vive expectativa de retomada

Estão em casa os cerca de 60 funcionários do Diário de S.Paulo, 25 deles da redação, na expectativa da retomada da circulação do jornal. Eles foram pegos de surpresa com a sentença judicial que decretou, nessa terça-feira (23/1), a falência do jornal, em decorrência da confusão societária envolvendo o impresso e as marcas Editora Fontana, Editora Minuano e Cereja Serviços de Mídia. No caso do Diário, a sentença determinou a interrupção das atividades por cinco dias, período em que a administradora judicial poderá indicar um gestor para a retomada das atividades, já que não é intenção da Justiça que o jornal desapareça, pois entende que a massa falida terá mais benefícios com a sua circulação do que com sua extinção. A decisão foi tomada pelo juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de Falências de São Paulo.

Segundo apurou este J&Cia, a situação financeira do Diário, ao menos no que diz respeito aos salários, vinha melhorando nos últimos meses e os atrasos – que no auge da crise, em 2017, chegaram a três meses nos pagamentos para funcionários CLT –, já haviam sido reduzidos para um mês, além da segunda parcela do 13º, que também continua em aberto. Uma das fontes ouvidas lembra que, dos últimos gestores, o atual, Luiz Cezar Romera Garcia, era o que vinha demonstrando o maior empenho em recuperar o jornal, com bons planos para 2018, inclusive na versão online.

A sede do jornal, na rua Marquês de São Vicente, 1.011, na Barra Funda, ficará lacrada até o início da próxima semana. Cezar Romera tem mantido contatos com a equipe, dando conta dos passos judiciais em curso para a retomada da circulação. Mas por enquanto prefere não dar declarações públicas sobre o episódio. Vale ressaltar que ele tornou-se sócio majoritário do jornal há cerca de um ano, mas só assumiu de fato a operação integral nos últimos seis meses, quando deixou a empresa o executivo de nome Fernando, que era o diretor financeiro da empresa e homem de confiança do Mário Cuesta, empresário que comprou a marca e que a envolveu no cipoal jurídico e fiscal que agora culminou com a falência.

Apelidado nos bons tempos de Rei das Bancas, quando ainda era Diário Popular e de propriedade do ex-governador e senador Orestes Quércia, o Diário de S.Paulo trocou de mãos inúmeras vezes ao longo de sua centenária história. Sua decadência coincide com o que se esperava fosse seu grande momento: a venda do título e da empresa para o Grupo Globo, em 2001. Desde então, e da polêmica troca de nome para Diário de S.Paulo, nunca mais se aprumou. Esteve nas mãos de J. Háwilla, dono da Traffic (atualmente cumprindo prisão por corrupção nos EUA), que o vendeu de forma confusa para a Cereja Serviços de Mídia. Vem vivendo de altos e baixos, sem conseguir se reerguer. Meses atrás, inclusive, viu a redação parar numa greve de alguns dias, contra o atraso salarial. Fala-se que tem atualmente tiragem de 34 mil exemplares, mas a informação não é comprovada.

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