O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, decretou o fim da recuperação judicial do Grupo Abril, iniciada em agosto de 2018. O grupo é dono da editora Abril, que publica as revistas Veja, Capricho, Você S/A, entre outros títulos.
No processo de recuperação, a Abril declarou havia acumulado cerca de R$ 1,6 bilhão em dívidas. Segundo a sentença de encerramento, até setembro do ano passado, 100% dos créditos em dólares e 99,4% dos valores em reais haviam sido pagos.
O encerramento, porém, segundo o juiz Oliveira Filho, não significa o fim de processos paralelos à ação principal, que não serão prejudicados, pois todos os pagamentos tiveram que ser incluídos no plano de recuperação feito pela empresa em 2019. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, caso alguma obrigação do plano de recuperação não seja cumprida, os credores podem pedir a falência do grupo na Justiça ou a execução da dívida.
Nos últimos anos, para cobrir a dívida, o Grupo Abril vendeu alguns de seus ativos. Em dezembro de 2019, por exemplo, vendeu a marca Exame por R$ 72,3 milhões para o BTG Pactual. E em maio do ano passado, a sede da editora Abril na marginal Tietê, em São Paulo, foi comprada pela família Fares, dona das lojas Marabraz, por R$ 118,7 milhões.